Pouco mais de um ano depois da primeiro ocorrência do gênero (15 de maio de 2023), o total de casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) no Brasil chega a 166. O último deles foi registrado na sexta-feira, 7 de junho, no município fluminense de Maricá e envolveu, pela primeira vez, uma Garça-moura.
O que ressalta, porém, é que, nos 40 dias decorridos entre o início de maio e ontem, 9 de junho, foram confirmados apenas dois casos de IAAP, ambos relativos a aves silvestres (o de maio foi registrado no Espírito Santo (Município de Linhares) e correspondeu ao 132º caso envolvendo ave da espécie Trinta-réis.
Ou seja: ao menos por ora, a situação vem sendo bem diferente da observada um ano atrás, ocasião em que, no mesmo período, já haviam sido registrados mais de três dezenas de casos de IAAP.
Isto, porém, não significa que se deva abrir a guarda. Pelo contrário. É hora de rever e intensificar os trabalhos de prevenção, pois o momento naturalmente mais crítico da IAAP está se aproximando. Para confirmar, basta analisar o gráfico abaixo, envolvendo os últimos 14 meses.
Quase 90% dos casos até aqui registrados ocorreram em metade desse período, isto é, entre a aproximação do Inverno e o final da Primavera. Foram, ao todo, 147 casos, média de 21 casos por mês. Já nos últimos sete meses, ou seja, desde a chegada do Verão até este 9 de junho foram somente 17 casos, média inferior a três casos por mês.
Mesmo sendo dispensável, é sempre oportuno ressaltar que a avicultura comercial brasileira permanece livre da doença, as ocorrências atuais restringindo-se a aves silvestres (158 casos, 95% do total), mamíferos aquáticos (5) e aves de subsistência (3 casos).