A semana passada foi marcada pela continuidade do atraso no plantio da safrinha 2023, condições climáticas desfavoráveis na América do Sul e atualização dos números de oferta e demanda mundial pelo USDA. Sendo assim, as cotações de Chicago finalizaram a semana sendo cotadas a U$6,81 o bushel (+0,59%) para o contrato com vencimento em março/23.
O relatório de Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial (WASDE), divulgado no último dia 08/02, apresentou atualizações em alguns números. Por conta da baixa demanda de exportações norte-americanas, houve um aumento em torno de 2% nos estoques finais dos EUA. Na Argentina, aconteceu mais um decréscimo de 5 milhões de toneladas da expectativa de produção, refletindo a adversidade climática que o país vem sofrendo. Essa diminuição também refletiu no volume de exportações, consequentemente passando essa demanda para o Brasil, que teve um aumento de 3 milhões de toneladas nas estimativas de exportações.
Os dados de exportação divulgados pelo relatório do USDA, se mostraram recuados com um volume exportado menor em relação à semana passada. Porém, o que prevaleceu no cenário internacional, foi a escalada da guerra e sanções europeias à Rússia. As exportações do cereal tiveram seu ritmo desacelerado, principalmente pelas dificuldades que a Ucrânia tem tido no corredor de exportação, amplificadas pelos recentes ataques ao país.
O atraso na colheita da soja brasileira continua atrasando o plantio do milho safrinha 2023. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o plantio da safrinha segue com atraso de 11,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Mato Grosso semeou apenas 19,8% da sua área, contra 42,6% do ano passado.
O QUE ESPERAR DO MERCADO?
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) continua indicando muita chuva para boa parte do país nesta semana, inclusive no Rio Grande do Sul, que vem sofrendo com a seca. Na região Central do Brasil, a continuidade das precipitações poderá provocar mais atrasos na colheita de soja, que consequentemente, impacta no plantio de milho na safrinha 2023. Já na Argentina, o clima irá continuar seco e quente, agravando ainda mais a situação atual das lavouras e potencialmente gerar um aumento na demanda brasileira.
Os números de exportações devem diminuir nas próximas semanas, porém, o cenário de oferta do cereal deve continuar apertado devido a quebra de safra na Argentina e redução da safra da Ucrânia, somado aos problemas ocasionados pelo conflito geopolítico. Esse cenário deve continuar até o início da colheita na Europa.
Tensões envolvendo Rússia e Ucrânia, que impactam as exportações de milho, poderão trazer muita oscilação em Chicago, diante do cenário apertado citado anteriormente.
Sendo assim, as cotações brasileiras poderão ter uma semana de valorização em relação à semana anterior.