Implantadas ao redor dos aviários, as cortinas vegetais são essenciais para proteger as aves das correntes de vento e de eventuais agentes contaminantes transmitidos por via aérea. Pois agora está demonstrado que podem ser vitais, também, na prevenção de infecções pelo vírus da Influenza Aviária.
Quem aponta nessa direção são os pesquisadores Alexander Nagy, Lenka Cernikova e Kamil Sedlak, integrantes do Instituto de Medicina Veterinária de Praga, na República Checa. Em artigo publicado no site bioRxiv (“o servidor de pré-impressão [de artigos científicos] para a biologia”) eles ressaltam que “entender as rotas de transmissão da gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) é crucial para desenvolver medidas de controle eficazes para prevenir sua disseminação”. Daí terem dado atenção a um fator normalmente ignorado: as correntes de vento.
Não foi por acaso, revelam. E explicam: “Durante a temporada de IAAP de 2023-24 na República Checa, a vigilância molecular identificou cepas H5N1 idênticas entre um grupo de granjas comerciais não contíguas e distantes entre si cerca de 8 km. O episódio começou com a mortalidade abrupta de patos de engorda em uma granja e foi sucedido por surtos da doença em outras duas granjas de frangos, ambas com elevado sistema de biossegurança. Usando dados genéticos, epizootiológicos, meteorológicos e geográficos, reconstruímos um mosaico de eventos. E a mais forte indicação foi a de que o vento era o mecanismo de transmissão da infecção entre as aves em pelo menos dois casos independentes”.
Melhor do que falar sobre esses achados, é levar os interessados ao relato direto dos três pesquisadores. Para isso, clique aqui e leia a íntegra do artigo científico “Dados genéticos e condições meteorológicas: desvendando a transmissão pelo vento do vírus H5N1 de alta patogenicidade entre surtos de granjas comerciais”.