Os custos de produção das cadeias produtivas de aves e suínos foram apresentados, na quinta (27), durante live do Circuito de Resultados do Projeto Campo Futuro realizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Neste ano, os técnicos do projeto levantaram as informações das atividades de avicultura de postura e de corte, ciclo completo e unidade de terminação de suínos e unidade produtora de leitões, totalizando dez painéis em seis estados (Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo).
Para o assessor técnico da CNA, Rafael Ribeiro, os resultados do Campo Futuro são importantes para o produtor planejar a atividade, tomar decisões assertivas, além de subsidiar a criação de políticas públicas que beneficiem o setor.
O consultor técnico da Labor Rural, Paulo Paiva, informou que a avicultura de corte em Uberlândia (MG), Batatais (SP), Amparo (SP) e Glória de Dourados (MS) é executada em modelo de negócio integrado e os itens que mais impactaram o Custo Operacional Efetivo (COE) em 2022 foram a mão de obra contratada e a energia elétrica.
“Em todas as regiões pesquisadas a receita não foi suficiente para cobrir os custos totais da atividade, apenas o COE, que inclusive foi mais expressivo em Glória de Dourados, se comparado às outras regiões”, disse.
Em relação à avicultura de postura, Paulo explicou que em Arapongas (PR) e Campo Verde (MT) o modelo de produção é verticalizado e em Entre Rios (BA) o sistema é cage free , em que as galinhas são criadas soltas. “Em todas as praças analisadas, o principal custo de produção é a ração, representando acima de 60% do Custo Total, seguido da mão de obra e insumos para classificação e embalagem”.
De acordo com o consultor, nas unidades de terminação de suínos em Castro (PR) e Tapurah (MT), as receitas não foram suficientes para cobrir os custos de produção. Entretanto, na unidade produtora de leitões, também em Tapurah, os produtores conseguiram cobrir o COE e os custos de depreciação e pró-labore.
Durante a live da CNA, o especialista em Gestão de Custos de Produção, Edson Ishikawa, afirmou que existe um cenário de incertezas na cadeia de suprimentos de aves e suínos, em razão da pressão nos custos dos insumos, altos valores para investimento em instalação e equipamentos e disponibilidade de insumos e produtos.
Em sua apresentação, Edson também destacou a diferença entre a produção integrada e a independente. “O planejamento da produção vem da integradora, mas o produtor rural é o primeiro a sentir a oscilação de custos. Então o produtor que está no mercado independente consegue avaliar com mais facilidade se os custos operacionais estão sendo cobertos e se no dia a dia está conseguindo honrar os compromissos financeiros”.
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