A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, Adapar, emitiu nesta sexta-feira (9) uma Nota Técnica para esclarecer sobre casos de influenza aviária de alta patogenicidade registrados na América do Sul desde outubro. Apesar de o Brasil e o Paraná serem livres da doença, o Estado alerta sobre os cuidados que os produtores de aves precisam ter. De acordo com a Organização Mundial da Saúde Animal, foram confirmados, até o final de novembro, 22 focos em aves silvestres e domésticas de subsistência na Colômbia, Venezuela, Equador e Peru, sendo que nestes dois últimos houve registro da doença em aves de criação industrial. O Chile também notificou foco em aves silvestres, assim como em outras partes do mundo, no que pode ser o maior e mais letal ciclo de influenza aviária da história. A nota registra que, além da mortalidade massiva de aves marinhas, aquáticas e aves de rapina, há relatos de infecções em mamíferos selvagens, como raposas, lontras e focas.
A influenza aviária é uma doença viral altamente contagiosa que afeta aves domésticas e silvestres, muitas vezes resultando em graves consequências para a saúde animal, para a economia e para o meio ambiente. A influenza aviária de alta patogenicidade é considerada exótica no Brasil, ou seja, nunca foi detectada no território nacional. Essa doença é caracterizada principalmente pela mortalidade elevada de aves, que pode ser acompanhada por sinais clínicos, tais como: andar cambaleante, torcicolo, dificuldade respiratória e diarréia. O vírus da doença possui transmissão horizontal de ave para ave, diretamente a partir de secreções do sistema respiratório e digestivo, e indiretamente por equipamentos, roupas, calçados, insetos, aves e animais silvestres, alimentos e água contaminados. Os principais fatores que contribuem para a introdução e transmissão da influenza aviária são: a exposição de aves comerciais, domésticas ou de subsistência a aves silvestres migratórias, infectadas com o vírus da influenza aviária; o intenso fluxo de pessoas e mercadorias ao redor do mundo, que aumenta o risco de disseminação de doenças; e vendas de aves vivas em mercados ou feiras, por facilitar o contato próximo entre diferentes espécies de aves e outros animais, incluindo o homem.
O período de migração de aves para o Hemisfério Sul começa em novembro, estendendo-se até março ou abril. Nesse período, a vigilância deve ser intensificada, afirma a Nota Técnica, assim como as medidas de biosseguridade na produção de aves. A primeira linha de defesa contra a influenza aviária é a detecção precoce e a notificação oportuna de suspeita da doença para permitir uma resposta rápida, a fim de evitar a disseminação. A Nota Técnica alerta ainda que todas as suspeitas de ocorrência de influenza aviária devem ser notificadas imediatamente para a Adapar. A notificação de suspeita pode ser realizada por qualquer cidadão, presencialmente ou por telefone em qualquer Unidade Local da Adapar, ou, diretamente, por meio da plataforma e-Sisbravet. Mais detalhes sobre a atuação da Adapar e a Nota Técnica completa estão disponíveis no site www.aen.pr.gov.br.