À primeira vista, todas as boas perspectivas desenhadas em torno do ovo para agosto passado se concretizaram, pois, na média do mês, atingiu-se não só o melhor valor do ano, mas de todos os tempos. Aliás, da mesma forma que o frango.
Porém, a média mensal encobre a efetiva realidade do setor, que apenas na primeira metade do mês apresentou o dinamismo projetado desde julho, quando foi anunciada, por exemplo, a vindoura suspensão das restrições a uma série de atividades econômicas e sociais ou, ainda, a retomada, na educação, das aulas presenciais (o que pressupunha, também, a retomada da merenda escolar).
De fato, as duas primeiras semanas de agosto confirmaram as expectativas, pois, no período, o ovo alcançou recorde de preço, superando até mesmo o “boom” registrado durante a primeira onda de Covid-19. Mas foi só. Porque antes de encerrada a primeira quinzena o mercado esfriou e os preços retrocederam de forma praticamente contínua. Resultado: agosto foi encerrado com valor médio 11% inferior ao registrado na abertura do mês e – o que é pior – com a menor cotação em quase 90 dias.
Aparentando minimizar esse fraco resultado, o valor médio de agosto ficou 63% acima do registrado um ano antes, no mesmo mês. Porém – sempre é bom lembrar – o elevado índice está sendo determinado não pela valorização do produto, mas por uma base extremamente baixa, pois, um ano atrás, entre agosto e setembro, o preço do ovo recuou aos menores patamares de 2020.
Por sinal, a perspectiva de alguma valorização perde totalmente o significado quando se compara o preço médio do ovo nos oito primeiros meses de 2021 com aquele registrado no mesmo período de 2020. Porque, frente a um incremento de preço de 28%, o produto viu sua principal matéria-prima, o milho, aumentar mais de 75%.