Como já havia ocorrido no ano passado, o comportamento de mercado no início de 2021 deixou o setor produtor de ovos seriamente apreensivo. Afinal, apenas nos cinco primeiros dias de negócios do mês os preços registrados chegaram a registrar retração de mais de 15% em relação ao último dia de negócios do ano passado.
A imediata adoção das medidas condizentes – da parte da produção, particularmente, descarte de poedeiras mais velhas e/ou menos produtivas – interrompeu o processo. No entanto, embora contínua, a retomada de preços foi lenta, estendendo-se até o final do segundo decêndio. A partir daí iniciou-se novo período de estabilidade. Não por excesso de oferta, mas por desinteresse (leia-se: falta de poder aquisitivo) dos compradores.
Essa situação rompeu o padrão típico observado no setor, pois – em geral e salvo raras exceções – o ovo termina o primeiro mês do ano registrando valorização – um processo que antecede a chegada do período de Quaresma. De toda forma, o valor médio alcançado no período ficou cerca de 28,5% acima do registrado em janeiro de 2020, o que significa que cobriu, ao menos parcialmente, o aumento de custos registrado desde então.
É correto, também, que os preços alcançados neste último janeiro retrocederam ao menor valor dos últimos três meses. Porém, é um resultado bem melhor que o de um ano atrás, visto que os preços médios de janeiro do ano passado corresponderam ao menor valor em oito meses.
É difícil prognosticar o que vem na sequência, pois tanto o funcionamento do mercado (inclusive em termos de retomada do ano letivo e da merenda escolar) como as condições do consumidor permanecem em absoluta incógnita.
De toda forma não custa lembrar que, mesmo sem Carnaval, dentro de 17 dias começa a Quaresma, geralmente o melhor período do ano para o setor. Assim, mesmo superado aquele dinamismo típico das duas primeiras semanas do mês, o mercado tende a permanecer firme para o produtor.
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