Enzimas, economia e meio ambiente

É indiscutível o avanço da atividade avícola em todo o mundo e, principalmente, no Brasil. O desenvolvimento de novas tecnologias e a adoção de novas práticas de manejo e nutrição foram alguns dos fatores que colaboraram para a consolidação da avicultura como uma das principais atividades do agronegócio brasileiro.

Um desafio encontrado, neste caso especificamente para os nutricionistas, é a redução dos custos com a formulação das dietas; para a discussão que se pretende aqui, estas duas situações podem ser analisadas de maneira conjunta.
Como sabemos, a utilização de enzimas exógenas tem por objetivo permitir aos animais um melhor aproveitamento dos nutrientes presentes na dieta.

Com isso consegue-se, além da redução dos custos de formulação (uma vez que é possível a utilização de ingredientes com “qualidade inferior”), a redução na excreção denutrientes. De certa forma, no Brasil, a poluição ambiental gerada pela avicultura passou a ser discutida enfaticamente a partir do ano de 2001, ano em que o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento proibiu, por meio da Instrução Normativa No. 15, a utilização de cama de frango na alimentação de ruminantes.

O destino encontrado para o grande volume produzido (entre 1,4 e 1,7 kg/ave; foi a sua utilização na agricultura, como adubo. Diferentemente do que se pensa na teoria, na prática observamos que os dejetos de aves são consideravelmente mais poluentes do que de animais como suínos e bovinos, o que enfatiza a necessidade da redução na excreção de nutrientes e, conseqüentemente, do impacto ambiental gerado pela avicultura.

No caso do fósforo, por exemplo, é possível observamos a grande quantidade excretada pelas aves. Além de ser altamente prejudicial quando presente em excesso no ambiente, o fósforo é obtido por meio de extrações de fontes não renováveis.
Sendo assim, quando as fontes esgotarem, como será a suplementação de fósforo às aves?

Talvez este seja o exemplo mais claro para o entendimento do papel das enzimas (fitases, nesse caso) na redução dos impactos ambientais gerados pela produção animal. Considerando que mais de 2/3 do fósforo presente nos ingredientes de origem vegetal encontra-se na forma de fitato, indisponível às aves, fica clara a necessidade da suplementação por meio de fontes inorgânicas ou então através das farinhas de origem animal.

Porém, as fontes inorgânicas de fósforo encarecem as formulações, uma vez que este é o 3o componente mais caro da dieta e, as farinhas de origem animal já têm seu uso restrito por alguns mercados. Sendo assim, a suplementação com a enzima fitase, por otimizar o aproveitamento do fósforo presente na dieta, reduz o custo da formulação (menor suplementação com fontes inorgânicas) e a excreção de fósforo no ambiente (melhor aproveitamento por parte das aves).

Fica clara assim, a relação existente entre os dois fatores: custo de formulação e redução na excreção de nutrientes. Logicamente, se os animais recebem a quantidade de nutrientes adequada e excretam menos, estão aproveitando de maneira mais eficiente o que lhes é fornecido. Com isso, deixa de existir (ou reduz) a necessidade da suplementação por meio da utilização de fontes específicas de fósforo e energia (óleos e gorduras), o que reduz o custo da formulação.

Nunca perca nenhuma notícia importante. Assine a nossa newsletter.

NOSSOS PARCEIROS

Notícias Relacionadas

Notícias Relacionadas

Últimas Notícias

Revista OvoSite

Últimas Notícias

Busca por palavra chave ou data

Selecione a Data

Busca por palavra chave ou data

Selecione a Data
AviSite
PecSite

Revista OvoSite

CONFIRA OS DESTAQUES DA NOSSA ULTIMA EDIÇÃO

imagem-1

Cobb-Vantress Brasil celebra três décadas de atuação com olhar em direção ao futuro

O manejo adequado inicia-se pelo planejamento das instalações, que devem priorizar um ambiente confortável e seguro.
A implementação de protocolos de bem-estar animal exige a integração de conceitos éticos, técnicos e econômicos, promovendo condições que favoreçam a saúde, o comportamento natural e o conforto das aves.

imagem-2

Coprodutos de etanol de milho: alternativa sustentável para os animais de produção​

O HPDDG é amplamente utilizado em dietas para animais de produção devido à sua composição rica em nutrientes, com bom perfil de aminoácidos, energia, minerais, vitaminas hidrossolúveis e compostos imunoestimulantes. Pág. 6

imagem-3

Influenza Aviária: preocupação cresce no setor agropecuário

Veja os pontos fundamentais sobre a doença e seus riscos à saúde, além de reforçar medidas de prevenção.  Pág. 32

imagem-4

Inteligência Artificial aumenta a precisão na hora dos ajustes nutricionais na suinocultura

Nas fases de maternidade e creche, é fundamental adotar práticas de manejo que garantam conforto, nutrição adequada, prevenção de doenças e redução do estresse.
Entender e superar os desafios térmicos, nutricionais, sanitários e comportamentais é essencial para uma produção ética, eficiente e alinhada às exigências legais e de mercado.

imagem-5

A importância da nutrição na programação fetal de bovinos

Objetivo é assegurar que o feto se desenvolva de forma saudável. Pág. 49

revista

Tendências para o desenvolvimento de novos revestimentos para ovos

Atualmente, alternativas estão sendo testadas para prolongar a vida útil dos ovos e reduzir o desperdício de alimentos. Página 48.

abpa

Simpósio OvoSite aborda inovações na produção de ovos

O Simpósio OvoSite irá levantar as tendências para a comercialização no mercado interno e nas exportações para o setor. Página 52.

ovo

Ovo: um alimento completo

A proteína é uma das mais versáteis para consumo, porém, é preciso atenção e cuidados especiais para a prevenção da Salmella. Página 57.

Fale agora no WhatsApp