A resposta à infecção em aves – de galinhas a corvos – aponta para fatores biológicos ligados à resistência a doenças.
As investigações de como várias espécies de aves respondem à gripe aviária permitiram insights sobre a doença.
As descobertas, de um estudo realizado por cientistas de Roslin, apontam para processos imunológicos e genes-chave que podem desempenhar um papel na forma como espécies diferentes respondem à infecção.
Os resultados do estudo podem ajudar no desenvolvimento de aves comerciais resistentes à doença.
Reações variadas
Os pesquisadores examinaram a resposta a cepas de gripe leves e graves em seis espécies de aves – frango e peru, que são conhecidos por serem suscetíveis à doença; pato e corvo, que toleram e disseminam doenças; e ganso e pombo, reconhecidos como altamente resistentes.
A equipe procurou identificar as diferenças biológicas que afetam os efeitos da infecção.
Em galinhas e perus, descobriu-se que a exposição leva ao acúmulo de quantidades muito elevadas de vírus em vários órgãos, incluindo o cérebro.
O estudo, que é o primeiro a comparar respostas no cérebro, sugere que esse impacto no órgão pode ser a causa de doenças e mortes por gripe aviária nessas espécies.
Os pombos, que são resistentes à infecção, tinham baixas quantidades de vírus em seus corpos e mostraram uma baixa resposta imune após a exposição à gripe, sugerindo que eles têm uma capacidade inerente de impedir que o vírus entre nas células ou se espalhe.
Os pesquisadores sugerem que os pombos podem ser protegidos por terem altos níveis de genes, conhecidos como genes estimulados por interferon, que estão envolvidos na resposta imune à infecção.
O estudo identificou outros genes que podem ter um papel na resistência, incluindo vários ligados ao sistema nervoso.
Também sugere que as diferenças genéticas podem explicar uma variação em como patos e corvos, que normalmente apresentam respostas semelhantes à infecção, diferem em sua reação a alguns tipos graves de gripe aviária.
Os resultados também destacaram os benefícios de uma resposta imune inata rápida à infecção, pois reações tardias tendem a levar a resultados piores.
As descobertas reforçam estudos anteriores que destacam o papel do cérebro e do sistema nervoso central em resposta a infecções por gripe.
O estudo foi publicado na “Frontiers in Cellular and Infection Microbiology”. https://www.frontiersin.org/journals/cellular-and-infection-microbiology
Compreender os processos biológicos desencadeados pela gripe aviária e os fatores que influenciam a resistência é importante no esforço de limitar o risco de gripe aviária em aves comerciais. Nossas descobertas mostram que a interação precoce envolvendo o sistema imunológico é fundamental; eles também destacam a importância da interação entre os sistemas nervoso e imunológico das aves em resposta a doenças infecciosas e sinalizam vários genes que podem influenciar a forma como a infecção se desenvolve.