Com as intensas valorizações da cotação do milho desde setembro/20, a avicultura não poderia ficar de fora da tendência altista de custos. O poder de compra do avicultor frente ao grão atingiu o menor patamar no mês de abril de 2021.
Ainda que com ligeiro aumento, o mês de maio registrou o segundo pior índice de poder de compra da série histórica do Cepea Esalq/BM&FBOVESPA. Esta redução no poder de compra está atrelada à quebra de safra e, sobretudo, pelo receio do repasse dos custos de produção para os consumidores nesse período.
O levantamento realizado pela Neo Agro Consultoria, com base nos dados do Cepea/Esalq aponta que em maio/21, para cada quilo do frango congelado vendido pelo avicultor paulista, era possível comprar 4,15 quilos do milho. A relação de troca ficou 15,4% inferior ao que foi registrado em maio/20.
A realidade dos avicultores com relação aos custos e a situação do mercado está desafiadora, especialmente para os pequenos e médios produtores. Na avicultura integrada, os desafios são compartilhados entre produtores e agroindústria. Os insumos, em abril, compuseram 75,3% do custo total dos avicultores, segundo o Índice de Custo de Produção da Embrapa.
O respiro para os criadores vem com o resultado das exportações de frango congelado, que compensaram os entraves da produção no período. De acordo com os dados da Secex, em maio foram exportadas 383,2 mil toneladas de carne de frango in natura, número 5,6% maior que o volume escoado em abril/21.
Mesmo com a notícia positiva das exportações, o avicultor deve procurar medidas para driblar o preço do cereal.
Com a chegada do milho safrinha e as culturas de inverno, como sorgo, somado com o planejamento, os embarques aquecidos e o recuo do dólar frente ao real, as perspectivas na produção avícola podem ser mais animadoras para os próximos meses.
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