Criar aves em locais próximos de santuários de aves selvagens, ter aves aquáticas perto dos aviários ou, ainda, estar em áreas normalmente sobrevoadas por aves migratórias são alguns dos maiores fatores de risco para a avicultura comercial.
Mas como ressaltou Amy Delgado, Diretora do Centro de Epidemiologia e Saúde Animal do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), há fatores aparentemente menores, geralmente despercebidos, que acabam representando igual risco.
Falando em recente webinar, Delgado apresentou os resultados de recente pesquisa efetuada pelo USDA. Mostrou, por exemplo, que a baixa frequência na lavagem de veículos é fator de risco. E recomendou: “mesmo que a granja não disponha de um local de lavagem permanente, aumentar a limpeza dos veículos ajuda muito”.
Outra questão preocupante, mencionou, é a inexistência de pessoal dedicado especificamente a um determinado galpão. “Não é ideal que os trabalhadores se desloquem normalmente entre os galpões ou tenham liberdade para entrar em qualquer galpão”, observou.
A falta de um portão na entrada da granja também foi apontada como fator de risco. A simples colocação de um portão pode ser importante auxiliar em diversas medidas de biossegurança. Como, por exemplo, limitando a entrada de visitantes ou implementando padrões de tráfego redutores de risco.
“Não que a existência de um portão seja algo mágico, mas dispor de uma entrada específica e controlada já indica existir muita infraestrutura”, comentou a Diretora do USDA.
Também são mencionados como fatores de risco o compartilhamento de caminhões, carretas, caçambas e outros veículos entre granjas, a baixa frequência no corte da grama ou na poda de vegetais em torno dos aviários, o envio de aves mortas para renderização e, ainda, a presença de roedores.
“Algumas dessas ocorrências significam carência de manutenção, podendo atrair aves silvestres”, observou Delgado.
Na pesquisa o USDA constatou também que uma das principais formas de manter as aves silvestres distantes do ambiente de criação consiste em recolher imediatamente os derramamentos de ração e de suas matérias-primas – onde quer que eles ocorram, ou seja, não apenas junto ou dentro dos aviários.
“Se elas tiverem chance de acessar algum alimento, mesmo que uma vez ou outra, as chances de infecção aumentam enormemente”, alertou.
O USDA desenvolveu seu estudo em granjas de poedeiras e perus e, nele, comparou as medidas de biossegurança adotadas por granja infectadas e não infectadas próximas entre si.