Em fevereiro, os preços do milho deram uma trégua e permaneceram relativamente estáveis em relação ao mês anterior (redução de 0,03%). Mas, sabe-se, foi uma trégua absolutamente efêmera, pois bastou a primeira semana de março para que acumulasse alta de cerca de 6% em relação aos dois meses anteriores.
Essa passageira estabilização em nada alterou o fato de que nos últimos 12 meses o preço do milho aumentou mais de 60%, enquanto na vigência do real (isto é, desde meados de 1994) acumula variação próxima de 1.030%, bem acima da inflação que (aqui medida pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas) situou-se em 877%.
Quem mais padece com a explosão de preço do milho é o ovo que, à primeira vista, obteve ganho excepcional em fevereiro, já que o preço médio do mês foi mais de um terço superior ao de janeiro. Mas esse incremento resultou, muito mais, do baixo preço de janeiro. Tanto que, em 12 meses, a valorização do ovo não chega a 23%, ficando abaixo da inflação do período, já próxima de 30%.
Pior, porém, é o acumulado na vigência do real. Pois desde meados de 1994 o preço do ovo foi corrigido em pouco mais de 500%, índice que corresponde a menos da metade da correção de preços do milho.
Já o frango vivo, comparativamente à inflação, teve bom desempenho mensal e anual., mas continua aquém do índice inflacionário acumulado na vigência do real. Porém, em relação ao milho, permanece com os preços à distância, tanto em relação a fevereiro de 2020 como em relação ao acumulado nos quase 27 anos de vigência do atual padrão monetário brasileiro.
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