Conforme a Fundação Getúlio Vargas, nos 12 meses encerrados em janeiro passado o IGP-DI registrou variação de 3,01%, a menor taxa interanual desde setembro de 2019, quando acumulou variação, positiva, de 3%. E a maior contribuição para a atual desaceleração do índice partiu da inflação ao produtor, com destaque para as carnes bovina e de aves.
Comparativamente ao mês anterior, frente à semi-estabilidade da inflação (aumento de apenas 0,06%), recuaram os preços dos dois produtos avícolas (frango: -4,02%; ovos: -5,29%) e, também, o do principal insumo do setor, o milho (-1,40%).
Em relação a janeiro de 2022 a queda de preço do milho persistiu, com redução de 10,5%. Já o preço do frango permaneceu, nominalmente, quase inalterado (aumento de 0,14%), enquanto o ovo foi comercializado por valor 25% superior.
Pior para o milho, melhor para o ovo, certo? Errado se o parâmetro for a evolução de preços na vigência do real. Pois o ovo continua convivendo com o mais fraco resultado, seu preço permanecendo mais de 500 pontos percentuais aquém da inflação e do preço do milho.
Embora mais amena, a situação do frango vivo não é muito diferente, pois, com perda de preço quase contínua desde meados do ano passado, continua mais de 300 pontos percentuais aquém do IGP-DI e do milho.
E quanto ao precioso grão? Ainda que por margem mínima, segue superando a inflação acumulada desde 1994. E isso (excetuado breve interregno entre junho e setembro do ano passado) persiste há quase dois anos e meio, isto é, desde outubro de 2020.
Nesse meio tempo, os preços do milho chegaram a ficar (abril de 2021) quase um terço acima da inflação então registrada. Frango e ovo continuaram à distância e jamais conseguiram alcançar a inflação.