Com a cotação estável por todo o trimestre agosto/setembro/outubro, o frango vivo continuou registrando evolução de 900% em relação ao preço alcançado por ocasião de implantação do Real em meados de 1994. Ou seja: se era comercializado, então, por R$0,60/kg, alcançou no trimestre mencionado valor 10 vezes maior.
Parece muito, mas continuou aquém da inflação acumulada no período, aqui considerado o IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas que, desde 1994, acumula variação de 981,30% – 81,3 pontos percentuais acima da valorização do frango vivo.
Mas quem continuou com variação acima, até, da inflação – fato ocorrido pela primeira vez na vigência do Real em 2020 e que se repetiu sem trégua nos 13 meses encerrados em outubro último – foi o milho que, a despeito de sensível recuo em relação ao pico de preço alcançado em maio passado, ainda registrou evolução de 1.120,63%, isto correspondendo a 220,63 pontos percentuais a mais que o frango. Ou seja: se o frango vivo tivesse acompanhado seu principal insumo, teria sido remunerado em outubro passado por, pelo menos, R$7,32/kg.
Porém, como se observa há bom tempo, o ovo permanece em pior situação. Pois seu preço em outubro alcançou valor apenas 460% superior ao registrado por ocasião de implantação do real, ocasião em que foi comercializado por R$19,27/caixa. Considerada a evolução de preços de seu insumo básico, deveria ter sido negociado em outubro passado por algo em torno dos R$235,00/caixa. Mas alcançou não mais que 45% desse valor.
Em termos mensais, perderam da inflação não só o ovo e o milho, mas também o frango vivo, já que seu preço permaneceu inalterado por três meses consecutivos. Já em termos anuais, os três superaram, de longe, a inflação e – surpresa! – frango e milho registraram evolução de preço superior ao do milho.
Mas isto não tem qualquer significado: a base anterior do milho (outubro de 2020) foi extremamente elevada. Assim, a defasagem enfrentada pelo frango e pelo ovo em relação ao grão permanece. Tanto que, em relação a outubro de 2019 (24 meses), o preço do frango evoluiu 82%, o do ovo 52% e o do milho 115%.
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