Na última sexta-feira (27/05), Cascavel sediou o evento DDG Day, que trouxe especialistas para falar sobre a disponibilidade e o uso de Dry Distillers Grains — ou grãos secos de destilaria — para a nutrição animal. Promovido pela FS, indústria brasileira de etanol de milho, nutrição animal e energia, e pelo Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), o DDG Day reuniu cerca de 50 pessoas no Hotel Deville, entre eles, representantes de mais de 33 fábricas de ração do Estado do Paraná, técnicos e profissionais da área de produção de proteína animal.
O DDG é um dos produtos derivados da produção de etanol a partir da tecnologia de separação de fibras (FST) do milho. Os grãos resultantes podem ser utilizados na nutrição de bovinos, suínos, aves, peixes e pets, dando uma alternativa ao milho e à soja, já que tem excelente custo-benefício e alto valor nutritivo.
O supervisor comercial da FS Brian Mike contou sobre a história da empresa e destacou como os DDGs se apresentam como opção para aumentar o ganho médio diário (GMD) e melhorar a eficiência alimentar. “O DDG é usado nos Estados Unidos há muitos anos. Em 2016, a FS trouxe este produto para o mercado brasileiro, pois é um alimento premium, com grande valor nutricional e que ainda proporciona redução de custo para os produtores de proteína animal”, resume Mike.
O Diretor Executivo do Sindiavipar, Inácio Kroetz, pontua que o milho e a soja são os dois ingredientes de maior presença na produção de rações para aves comerciais e representam mais de 70% do custo total da ração. “Considerando que a demanda e produção de carne de frango ainda vai crescer significativamente nos próximos anos, é importante que se encontre alternativas à dependência exclusiva do milho na produção de aves, já que este também está sendo demandado para exportação, produção de óleo e etanol, além da produção de proteína de outras espécies animais e para consumo humano”, diz.
Kroetz destaca que a entidade já vem divulgando e apoiando o uso de produtos alternativos ao milho para ração animal, por meio do programa Paraná Cereais de Inverno e 2ª Safra (PR-CEIN2), que incentiva a produção de cereais como o triticale, a aveia granífera e o sorgo granífero. “O aproveitamento de parte do milho industrializado na forma de DDG é uma opção promissora para diversificar as opções de matéria prima para ração, principalmente quando avaliamos o valor nutritivo deste material”, pontua.
DDG para nutrição animal
Durante o evento, o doutor em zootecnia da Universidade de Minnesota (EUA), Gerard Shurson, apresentou um histórico dos DDGs no Brasil e no mundo. Ele também falou sobre a nutrição de precisão e a formulação de ração com múltiplos objetivos.
Os professores da Universidade Federal de Viçosa, Horacio Rostagno e Ideraldo Luiz Lima, revelaram as conclusões de uma avaliação feita em frangos de corte alimentados com diferentes níveis de FS Essencial, um tipo de DDG produzido e comercializado no Brasil. A pesquisa levou em consideração o valor de energia metabolizável e a digestibilidade de aminoácidos nas aves.
Para levar informações sobre DDG para produtores, profissionais de zootecnia e de áreas correlatas, a FS pretende promover outros encontros similares ao longo do ano.