Na última quarta (7), um golfinho da espécie nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus) que foi encontrado morto em um canal da Flórida testou positivo para a gripe aviária. Uma semana atrás, autoridades suecas encontraram o mesmo tipo de gripe em um boto encalhado.
Esta versão do vírus, que se espalhou amplamente entre as aves norte-americanas e europeias, afetou uma variedade incomum de espécies. Mas essas descobertas representam os dois primeiros casos documentados em cetáceos, um grupo de mamíferos marinhos que inclui golfinhos, botos e baleias.
Por enquanto, os especialistas ainda não sabem afirmar com que frequência o vírus infecta cetáceos, mas a descoberta em duas espécies diferentes em dois continentes diferentes desperta olhares.
Ainda assim, os especialistas enfatizam que o risco para os seres humanos permanece baixo. Nos EUA, a versão do vírus que está circulando causou apenas uma infecção humana documentada, em uma pessoa conhecida por ter tido contato com aves, segundo o CDC (órgão de saúde do país).
Entretanto, o assunto não escapa da preocupação de especialistas: a disseminação do vírus para novas espécies apresenta riscos potenciais para a vida selvagem e fornece ao vírus novas chances de sofrer mutações e se adaptar a hospedeiros mamíferos.
A cepa de gripe aviária, conhecida como Eurasian H5N1, se espalhou rapidamente pelas aves domésticas, afetando dezenas de milhões de aves de criação. Em comparação com as versões anteriores do vírus, essa linhagem teve um impacto especialmente pesado nas populações de aves selvagens, como águias, corujas ou pelicanos, colocando em risco os mamíferos que encontram pássaros selvagens.
Se essa gripe aviária contribuiu para a morte do golfinho, ainda não se sabe — assim como saber, precisamente, como o animal contraiu a doença. Até agora, não há evidências de que os cetáceos estejam espalhando o vírus entre si, de acordo com Webby. A equipe que isolou e sequenciou o vírus detectado no golfinho da Flórida, não encontrou nenhum sinal de mutações associadas à adaptação de mamíferos. Pelo menos por enquanto.
UFHealth, SVA via New York Times