Grãos têm forte queda na bolsa de Chicago

Expectativa de aumento do rendimento das lavouras americanas pressiona cotações de milho e soja

Na volta do feriado “Labor Day” nos Estados Unidos (6 de setembro), os grãos fecharam em baixas expressivas nas negociações de terça-feira na bolsa de Chicago. A poucos dias do sempre aguardado relatório mensal de oferta e demanda mundial de grãos do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o mercado começa a fazer suas apostas. A expectativa dos traders é que o documento, que será publicado na sexta-feira, traga maiores rendimentos nas lavouras americanas de soja e milho.

Analistas consultados pelo “The Wall Street Journal” acreditam que o USDA ampliará suas estimativas de produtividade para os dois grãos. Como consequência, os estoques mundiais tendem a aumentar e trazer um pouco de alívio para um quadro de oferta e demanda global que tende a ser apertado em 2021/22.

Outro fator que pressionou as cotações foram os dados fracos de embarques americanos na última semana, reflexo dos estragos causados pelo furacão Ida nas estruturas de tradings que atuam no Golfo americano, região responsável por cerca de 60% das exportações de grãos do país. Até o momento, muitas unidades enfrentam problemas de falta de energia elétrica e dificuldade na navegação pelo rio Mississipi.

“Um forte rali no dólar americano e o início da colheita nos EUA aumentaram a pressão sobre as cotações. O posicionamento dos investidores para o relatório de sexta-feira também limitou o interesse do mercado”, afirmou, em relatório, Karl Setzer, da consultoria AgriVisor.

Diante desse cenário, o milho liderou as baixas e caiu pelo segundo pregão seguido. O contrato para dezembro, o mais negociado atualmente, recuou 2,53% (13,25 centavos de dólar), a US$ 5,1075 o bushel. Na mesma direção, o contrato da soja para novembro, o de maior liquidez atualmente, caiu 1,16% (15 cents), para US$ 12,770 o bushel.

“O mercado está com uma expectativa de melhora das condições das lavouras nos EUA. Para o milho, o otimismo é maior, pois o cereal está chegando em um nível muito próximo ao visto no ano passado, o que poderia ser positivo em termos de produtividade”, disse Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

O milho entrou em trajetória de baixa no exterior e trouxe reflexo para as negociações no Brasil. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço da saca de 60 quilos na região de Campinas (SP) recuou 3,7% em uma semana, a R$ 92,26 por saca — menor patamar desde o início de julho.

A colheita da safrinha, que já chegou a 95% da área prevista até a última quinta-feira no Centro-Sul do país, de acordo com a AgRural, ajuda a explicar a pressão nas cotações locais. Mesmo com um ciclo prejudicado pelo clima, com corte de mais de 20 milhões de toneladas em relação à temporada passada, os produtores deverão entregar ao mercado 55,6 milhões de toneladas. No total, a produção total de milho deverá ser 25% menor do que a de 2019/20.

No caso da soja, os problemas logísticos nos EUA beneficiaram os preços, conforme o Cepea. Com os vendedores brasileiros retraídos à espera de ofertas melhores, o valor da saca de 60 quilos subiu 0,5% na última semana, para R$ 170,42 em Paranaguá (PR).
Por fim, o trigo acompanhou os outros dois grãos e recuou 0,9% (6,5 centavos de dólar), a US$ 7,1975 o bushel em seu vencimento mais negociado, para dezembro. O mercado busca consenso nos fundamentos. Os seguidos cortes nas expectativas de produção pelo mundo já foram absorvidos pelos traders, que agora acompanham desdobramentos da safra em países importantes, como Canadá, Argentina e Rússia, e o fim de colheita de primavera nos EUA.

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