O Dia do Rio Verde e o Dia Mundial da Água em março, consideradas datas importantes da cidade de Itanhandu (MG), terão um significado mais especial em 2021. É que o Grupo Mantiqueira, com o objetivo de recompor e preservar o Rio Verde anunciou o projeto que irá proteger e conservar 33 nascentes do rio, que é a principal fonte de abastecimento de água da cidade.
Além da cooperação técnica com o projeto desde o seu início, o Grupo Mantiqueira torna-se também o apoiador do Projeto “Produtor de Água”, para preservar as nascentes dos riachos contribuintes do Rio Verde. A empresa é até então a única instituição privada a participar do projeto, onde o grupo tem uma de suas principais unidades produtoras. A Mantiqueira será encarregada da elaboração do diagnóstico da bacia hidrográfica, das ações de cercamento e proteção das nascentes, estimado em mais de 60 km de cerca, da criação de barraginhas nas estradas para controlar o fluxo das águas pluviais evitando erosões e assoreamento do rio, bem como criação de áreas para sombreamento das criações de gado e proteção de reservas florestais, habitat da fauna nativa, além da recuperação de áreas com erosão já existentes. Há muito ainda a ser feito e as intervenções são fundamentais para ajudar a proteger as nascentes, criando condições para o retorno da produção de água limpa para o rio.
O programa Produtor de Água de Itanhandu nasceu em 2014, fruto da iniciativa de agentes da sociedade e do setor público, e vem desenvolvendo a recuperação ambiental dos recursos hídricos do município. O projeto é voltado para o estudo e a recuperação da bacia hidrográfica do Alto Rio Verde, no município de Itanhandu.
O Rio Verde é de vital importância para a cidade de Itanhandu e a principal fonte de abastecimento de água para a população de 14 mil habitantes. Mas é igualmente fundamental para o Estado de Minas Gerias, pois beneficia também mais de 450 mil pessoas. A cidade de Itanhandu abriga as nascentes deste importante rio do estado, que percorre seus 220Km até a sua foz, abastecendo 31 municípios da região sul de Minas Gerais.
“O Grupo Mantiqueira participa desde o início do Projeto “Produtor de Água” e percebendo a falta de recursos para a continuidade do programa, acaba de tomar para si os custos. É fundamental a participação da iniciativa privada na preservação do meio ambiente e no impacto nas comunidades locais. É preciso também conscientizar os ocupantes da bacia da necessidade de uma recuperação e manutenção dos recursos hídricos, tão necessários para a economia do município”, explica Leandro Pinto, presidente do Grupo Mantiqueira.
Sobre o Projeto Rio Verde
O programa Produtor de Água teve início com um estudo das características hídricas da bacia, dividida em 34 microbacias hidrográficas, detalhando cada contribuinte do Rio Verde, suas nascentes, seus remanescentes florestais e tipo de uso do solo.
O levantamento mostrou que a ocupação das microbacias provocou o desflorestamento das matas ciliares e de topo (estratégicas na produção de água), diminuindo drasticamente a vazão dos córregos contribuintes do Rio Verde. A proteção destas matas remanescentes, que serviram de banco de sementes para regeneração das florestas, e a recomposição destas áreas de proteção permanente, com cercamento e reflorestamento é fundamental para a recuperação ambiental da bacia do alto Rio Verde.
Diante dos dados relatados pelo estudo, o grupo gestor, formado por membros da prefeitura municipal, da ONG Instituto Superação, EMATER e o Grupo Mantiqueira decidiram por executar a reabilitação ambiental da bacia hidrográfica, por seus afluentes. O riacho do Imbiri foi escolhido como microbacia piloto.
O projeto foi desenvolvido e executado com o aporte financeiro da Agência Nacional de Águas (ANA) e finalizado em 2020. A microbacia teve suas APPs e suas reservas florestais protegidas, e controladas as erosões da estrada rural. O projeto serviu como modelo de aprendizado das ações necessárias, para a recuperação ambiental, seus custos financeiros e sociais, servindo como referência para a recuperação das outras 33 microbacias.
Uma história que vem desde o desde o século XIX
A história do uso do solo e de recursos hídricos no município de Itanhandu está sintonizada com a nacional, inserida no bioma Mata Atlântica, que foi devastada, restando apenas 3% da cobertura original. Mas a ocupação da área da bacia vem desde o séc XIX, com a chegada da agropecuária leiteira, que transformou a floresta de umas das maiores biodiversidades, em uma monocultura de capim. A retirada da floresta impactou o ciclo hidrológico da bacia, comprometendo desde aquela época, a infiltração de água para o lençol freático e as nascentes foram perdendo sua perenidade. Hoje o rio tem somente uma pequena fração do volume de 100 anos atrás. E como a economia e a subsistência dependem de água, este é um fator limitante para o crescimento da região.
O DNA de sustentabilidade do Grupo Mantiqueira
O Grupo Mantiqueira atua ativamente no planejamento ambiental de as suas unidades, seguindo uma política de gestão ambiental compromissada com a sustentabilidade ao investir recursos e esforços para a adequação ambiental, com a missão de oferecer alimentos saudáveis de forma sustentável, respeitando a comunidade e o ecossistema. Através de um sistema de gestão, conta com apoio técnico interno e externo e monitoramento online das normas ambientais, garantindo que as atividades desenvolvidas seguem todas as normas ambientais.
A unidade Itanhandu conta com uma estação de tratamento de efluente Industrial, que foi teve a capacidade de tratamento triplicada, passando de 5m3 para 15m3 por hora. O sistema implantado foi dimensionado para atender de 88% a 99% na remoção de carga orgânica, respeitando as exigências da Legislação Ambiental em todo território nacional. Sob os cuidados da Mantiqueira está também a 1ª RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) do município com mais de 230 hectares de Mata Atlântica preservados.