Alertas e previsões do setor começam a se efetivar.
A Organização Avícola do Estado do Rio Grande do Sul e suas entidades membros Asgav e Sipargs, já vêm alertando há um bom tempo sobre as possíveis consequências dos custos elevadíssimos dos grãos na atividade avícola.
Indústrias do setor vem comunicando a entidade representativa de iniciativas de reduções de produção de carne de frango para tentarem diminuir os prejuízos com os altos custos.
Na tarde desta terça-feira, dia 09 de março do corrente, a indústria Vibra, que produz carne de frango e derivados e é associada Asgav, anunciou a redução de produção e de quadro de
funcionários em sua unidade em Soledade/RS, além de rever seus investimentos.
Esta redução é mais uma de uma série, caso a situação de custos elevados permaneça e continue a demora de atendimento aos pleitos do setor encaminhados ao governo federal.
Segundo levantamentos preliminares da Asgav, caso se intensifiquem as reduções de produção por parte das indústrias, em média 15%, os efeitos serão impactantes para avicultura e outros setores da economia que atendem o setor.
Uma possível redução de 15% em média, em um mês de produção de carne de frango no RS, resultará numa diminuição de aproximadamente 10,3 milhões de aves a serem abatidas, o que em volumes ficaria em torno de 21,2 milhões de Kg de aves que deixarão de estar disponíveis para o consumidor.
Já nos grãos para ração animal, esta redução média de 15%, caso se intensifique, diminuirá em aproximadamente 25,7 mil toneladas de milho e 6,4 mil toneladas de farelo de soja que deixarão de ser adquiridos para ração das aves.
“Estas informações caso se confirmem, referem-se à uma diminuição na produção em um período de um mês, no caso de permanecer a situação estes reflexos poderão se estender por mais um período”, explica Eduardo Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Estado do Rio Grande do Sul.
Além da possível redução na aquisição de grãos, outros insumos como embalagens plásticas, papelão, transportes e consecutivamente serviços e mão de obra também poderão ser atingidos.
E segundo Santos, outras unidades da federação também sofrem com impactos do custo elevado dos grãos e medidas preventivas para evitar invasão expressiva de produtos de outros estados no RS, já estão em avaliação.