A Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) informa que novos casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) foram confirmados pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) na data de hoje. Os casos acometeram novamente aves silvestres, desta vez três Irerês (Dendrocygna viduata) que foram encontradas no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, não sendo aves residentes do local. Diante do caso, a Defesa Agropecuária, em conjunto com a direção do parque e com a Prefeitura, irá intensificar as atividades de educação sanitária no local a fim de conscientizar a população acerca dos procedimentos que devem ser adotados para evitar a propagação da doença. Importante ressaltar que não há risco à população, nem impacto na produção avícola, e que o consumo de carne de aves e ovos é seguro.
O Programa Estadual de Sanidade Avícola (PESA) através de suas equipes e também da equipe da Divisão de Fauna Silvestre da Prefeitura Municipal, já atuam no local realizando diariamente vistorias clínicas e até o presente momento, não há sinais de sintomatologia compatível com IAAP. A gerência do programa informa ainda que não haverá sacrifício sanitário no local devido à ausência de sinais clínicos nos animais existentes no local.
A Defesa Agropecuária frisa que em se tratando de foco de IAAP em ave silvestre, não ocorre embargos nas exportações de carnes e ovos, não sendo alterado o status sanitário de São Paulo e do Brasil perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
Sobre a doença
A Influenza Aviária é uma doença viral causada pelo Vírus de Influenza Tipo A. Esse vírus é identificado por subtipos, e tem como base as proteínas de superfície, sendo 16 subtipos de hemaglutininas (H) e 9 subtipos de neuraminidases (N). De acordo com o índice de patogenicidade, são classificados como Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) ou Influenza Aviária de Baixa Patogenicidade (IABP).
São suscetíveis à doença a maioria das aves domésticas e silvestres, especialmente as aquáticas. É uma zoonose de grande interesse para a saúde pública e gera grandes impactos econômicos.
A transmissão pode ocorrer por contato direto entre as aves (secreções nasais, oculares e fezes de aves infectadas) ou por contato indireto (água, alimentos, fômites, trânsito de pessoas, equipamentos, materiais, veículos, vestuários, produtos, insetos, roedores e outras pragas, cama, esterco e carcaças contaminadas).
A maioria das aves silvestres, principalmente as aquáticas, patos e marrecos são reservatórios da doença, mas disseminam o vírus. O período de incubação da IAAP depende da dose infectante, via de exposição, espécie afetada e capacidade de detecção de sinais, podendo variar de algumas horas até 14 dias.
Dentre os sinais clínicos estão: Tremores na cabeça e no corpo, dificuldade respiratória, coriza nasal e/ ou espirros, falta de resposta à tentativa de apanha, asas caídas, torção de cabeça e pescoço; incoordenação e perda de equilíbrio e andar em círculos.
Como medidas de prevenção, a Defesa Agropecuária orienta que as pessoas evitem manipular aves doentes ou mortas e que acionem a Defesa Agropecuária imediatamente caso ocorra alguma suspeita da doença ou identificação de aves mortas.
Granjas Comerciais
Em relação às granjas comerciais, a Defesa Agropecuária ressalta a necessidade de reforçarem as medidas de biosseguridade em grau MÁXIMO em unidades produtivas visando a proteção sanitária das aves do plantel comercial paulista.
Reforçamos a necessidade de verificações diárias da integridade das telas dos aviários (medida não superior a uma polegada – 2,54 cm), evitando assim que aves de vida livre tenham contato com as aves alojadas.
Que no interior dos núcleos não existam árvores frutíferas que possam atrair aves silvestres. Que Mantenham a área interna do núcleo avícola com vegetação baixa e sem acúmulo de água, principalmente em períodos chuvosos, para não atrair aves aquáticas de vida livre, que são os principais disseminadores do vírus da IAAP.
Importante frisar que a Portaria MAPA n°782 de 26/03/2025, proibiu a criação de aves ao ar livre com acesso a piquetes por 180 dias, em estabelecimentos avícolas comerciais registrados com a CDA.
Além da restrição absoluta de visitas de pessoas alheias à atividade produtiva, principalmente vindas do exterior, visando a preservação da saúde e bem-estar das aves do plantel.
Plano de Contingência
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que acompanha, em conjunto com as secretarias de Agricultura e Abastecimento (SAA), e de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de SP (Semil), o cenário da gripe aviária no estado de São Paulo. A Pasta, por meio da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD), elaborou um Plano de Contingência para coordenar ações para o enfrentamento em casos de influenza aviária em humanos. O Estado de São Paulo não registrou, até o momento, nenhum caso da doença em humanos.