Ontem, terça-feira, a FACTA realizou em Campinas (SP), o Kick Off, um ‘pontapé’ nas ações de 2025. O evento foi exclusivo para os membros da entidade, diretores, curadores e convidados.
O Kick Off trouxe análises sobre os principais eventos da FACTA, os desafios sanitários, regulatórios, sustentabilidade e oportunidades de mercado.
Participaram do encontro, Bernardo Gallo, VP Latam e Canadá da Cobb e membro do Conselho Curador da FACTA, Jonatas Wolf, Gerente Executivo de Agropecuária CIEX – Inovação, Excelência, Produção, Nutrição, Saúde Animal e Genética na Seara Alimentos, Gabriel Morelli, Gerente de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ivan Pupo Lauandos, Presidente da Aviagen, Allan Alvarenga, secretário-adjunto de Defesa Agropecuária do Map e Érico Pozzer, Presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA).
Ariel Antônio Mendes, Presidente da FACTA abriu o encontro destacando as principais realizações da entidade em 2024 e seus projetos para 2025. “O último ano foi excelente para o segmento de produção de proteína animal. A FACTA, dentro de seus 35 anos de atividade, conseguiu consolidar seu suporte técnico ao setor, oferecendo segurança frente aos principais desafios, principalmente do que se refere à sanidade”, pontuou.
“Temos muitas oportunidades em 2025 e vejo o segmento muito integrado. Aqui, hoje, por exemplo, recebemos empresas, representantes do governo, pesquisadores e, todos de forma uníssona, buscando o desenvolvimento do setor, de forma harmônica e equilibrada”, destacou Ariel Mendes.
Bernardo Gallo apresentou a importância de o setor avícola trabalhar visando o menor custo de produção, melhor nutrição, uniformidade e conversão alimentar, visando um excelente ganho de peso e qualidade de carcaça. “O objetivo é produzir mais carne com a máxima qualidade, segurança e ao menor custo, garantindo bons rendimentos aos produtores”, destacou. “A avicultura brasileira tem um potencial gigantesco para crescimento, mas temos que enfrentar o desafio de equilibrar um rápido crescimento, com altas temperaturas, com uma estrutura adequada ao clima e com uma qualificada mão de obra”, afirmou.
Já para Jonatas Wolf, o principal desafio do setor é evitar os problemas sanitários. “Temos como equalizar a capacidade institucional e governamental para esse enfrentamento, inclusive dentro de uma análise para melhoria dos processos regulatórios do sistema de produção de proteína animal”, afirmou.
“É preciso cada vez mais trabalhar com gestão, dentro das regras e conformidades legais. Existem dificuldades, mas elas podem ser superadas, principalmente para garantir a segurança do plantel”, disse. “Temos que trabalhar sob três vertentes: desafios sanitários, regulatórios e de sustentabilidade visando o conceito de saúde única”, finalizou.
Allan Alvarenga pontuou em sua participação a importância de aproximar o setor público do privado. “Para o desenvolvimento da indústria e do campo é preciso ter essa harmonia”, disse.
Gabriel Morelli deu uma visão geral da agroindústria brasileira. “O setor trabalha de forma muito positiva. Mas quero destacar alguns pontos de atenção, como os desafios logísticos, com o aumento dos custos de frete marítimo e a busca por rotas alternativas e os conflitos no oriente médio e Eurásia”, disse. “É preciso ficar atento também às questões envolvendo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para evitar uma possível desorganização das cadeias de suprimentos globais, com políticas protecionistas, elevação de tarifas de importação do Canadá, México e China”, destacou. “A retaliação dos parceiros comerciais dos EUA podem abrir oportunidades para o Brasil, que pode ocupar o lugar dos EUA como parceiro comercial”, destacou.
Em relação aos aspectos sanitários, Morelli destacou a Influenza Aviária e a Doença de Newcastle como pontos de análise. “É preciso ter atenção para o hemisfério norte, dada a chegada do inverno, em especial para os EUA e Europa. Há um número crescente de casos em plantéis comerciais registrados nos EUA. Há uma oportunidade para o Brasil, principalmente para o aumento de exportações do setor avícola. E sobre a Doença de Newcastle, os procedimentos de biosseguridade devem ser reforçados após o primeiro caso registrado no Rio Grande do Sul”, disse.
Já Ivan Lauandos apresentou a desvalorização cambial como um fator que pode auxiliar o segmento neste ano. “Principalmente para as exportações, porém, é preciso ficar atento aos custos totais de produção e ao consumo de frango no mercado no caso de uma elevação de juros e de aumento da inflação”, afirmou. “Nossos desafios são para melhorar a produtividade da avicultura brasileira e temos muito espaço para crescer”, destacou Lauandos. “Temos que respeitar as questões básicas de biossegurança como vazio sanitário entre lotes, restrição de trânsito de veículos e pessoas, controle de insetos e roedores, entre outros fatores”, disse. “Temos também que enfrentar os desafios tecnológicos, para melhoria das instalações avícolas como um todo e, acima de tudo, a disponibilidade de mão de obra qualificada”, pontuou.
Érico Pozzer afirmou durante o encontro a necessidade de haver um alinhamento mais profundo entre o comércio varejista e o setor produtivo de proteína animal. “É preciso estabelecer um jogo no qual todos ganhem e que seja viável para todos os atores da cadeia, não somente para uma parte”, disse, destacando que o setor varejista necessita rever sua margem de lucro frente ao que é recebido pela outra ponta do setor.
Durante o Kick-Off FACTA 2025, em Campinas, conversamos com Ariel Mendes, presidente da FACTA, sobre os desafios da avicultura no Brasil e no mundo. 🐔
Confira as respostas e entenda como a FACTA está atuando para garantir informação de qualidade e segurança para a avicultura brasileira!