Manuel Otero, diretor-geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA)Com forte respaldo dos ministros da Agricultura das Américas e funcionários internacionais, Manuel Otero tomou posse como diretor-geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) para o período 2022-2026. Trata-se do segundo período consecutivo do argentino à frente do organismo do sistema interamericano especializado em desenvolvimento agropecuário e bem-estar rural.
“A grande capacidade de coordenação de Otero serviu para avançar em temas fundamentais para a agricultura no Hemisfério. Esperamos que o IICA continue apoiando os países para proteger a agricultura e o comércio livre e justo. A agricultura tem um papel fundamental para gerar renda e emprego e garantir a segurança alimentar e nutricional. O IICA é a Casa da Agricultura das Américas e contamos com você”, disse a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, que tomou o juramento de Otero na cerimônia de posse na condição de presidente da Junta Interamericana de Agricultura (JIA).
Otero, que teve seu trabalho a favor da sustentabilidade dos sistemas alimentares do continente destacado pelas autoridades internacionais presentes na cerimônia virtual de posse, e Javier Manzanares, subdiretor-executivo do maior fundo de financiamento climático do mundo, o Fundo Verde do Cima (GCF, na sigla em inglês), anunciaram que vão trabalhar em um projeto para buscar reduzir as emissões de metano da pecuária das Américas, iniciativa que será financiada com recursos da ordem de US$ 100 milhões. O metano é um dos principais gases de efeito estufa.
Redução de Emissões da Agropecuária – O primeiro passo da iniciativa, que vai contribuir para o desenvolvimento de processos produtivos mais eficientes e abrirá oportunidades tanto para o setor público quanto privado de apresentar seus projetos, será a realização de estudos de viabilidade, graças a um aporte de US$ 1,5 milhão do GCF.
Com sede na Coréia do Sul, o GCF é um findo criado pela Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, com uma carteira de US$ 20 milhões, cuja missão é ajudar países em desenvolvimento a desenvolver práticas de adaptação Às mudanças climáticas e à mitigação de seus efeitos.
Em julho do ano passado, o Fundo credenciou o IICA para implementar projetos financiados pela sua carteira de créditos, o que permite que o organismo hemisférico acesse recursos que apoiem iniciativas de adaptação e resiliência climática da agricultura e da ruralidade nos países das Américas. Dos meses depois, as duas instituições assinaram um acordo para apoiar as iniciativas de adaptação e resiliência climática da agricultura e da ruralidade nos países das Américas.
Manzanares explicou que a agricultura é um setor crítico na problemática das mudanças climáticas, já que é responsável por cerca de 25% das emissões de gases e, por outro, sofre com as consequências na forma de fenômenos climáticos extremos.
“O IICA se converteu em um veículo para atrair recursos do Fundo em matéria de agricultura, florestas e outros usos da terra, já que foi aprovado seu credenciamento e foi assinado o documento legal para instrumentalizar este tipo de ajuda”, explicou.
Durante a última Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 26 de Glasgow, o GCF aderiu às declarações assinadas por mais de 100 países que se propuseram a reduzir em 30% as emissões globais de metano até 2030.
“Se conseguirmos atingir esse objetivo, o aquecimento projetado hoje será reduzido em 0,2 grados Celsius”, disse Manzanares, para quem o IICA “tem as atribuições necessárias para ser um facilitador da relação entre os ministros de Agricultura das Américas e o GCF”, e destacou o papel do IICA como ponte entre o setor agropecuário das Américas e de outras regiões e, neste sentido, elogiou o estabelecimento de relações com o continente africano, como o Diálogo marcado de hoje entre ministros de Agricultura da América Latina, Caribe e da África, organizado pelo IICA e pela Aliança para a Revolução Verde na África (AGRA, na sigla em inglês).
“O IICA também pode ser um parceiro relevante dos Estados no mercado de crédito de carbono, tanto obrigatórios como voluntario. Há dezenas de projetos de qualidade no setor agrícola, florestal e de outros usos da terra”, disse.
O diretor-geral do IICA destacou a importância da notícia no caminho de uma produção agropecuária mais sustentável nas Américas. “O IICA vai colocar seus melhores quadros técnicos e sua capacidade de diálogo para avançar em uma transformação sustentável dos sistemas agroalimentares da região”, disse Otero, que reafirmou o compromisso do Instituto com os esforços globais de mitigação das mudanças climáticas especialmente no âmbito da adaptação e suas consequências.
“Com este projeto, buscamos aumentar a eficiência dos sistemas produtivos na cadeia da pecuária, que tem recebido muitas críticas e pouca compreensão com relação aos avanços que têm sido realizados. É uma honra ser um aliado do Fundo Verde do Clima”, completou Otero.
Além de Mazanares e da ministra Tereza Cristina, participaram da cerimônia de posse o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro; o ministro de Relações Exteriores e Culto da Costa Rica, Rodolfo Solano Quirós; o ministro de Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina, Julián Domínguez; o secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural do México, Víctor Villalobos; o ministro de Agricultura e Pecuária do Paraguai e presidente do Comitê Executivo do IICA, Santiago Bertoni; o ministro de Agricultura de São Vicente e Granadinas, Saboto Caesar; o ministro da Agricultura e Pecuária da Costa Rica, Renato Alvarado; o ex-presidente da República Dominicana e embaixador de Boa Vontade do IICA Hipólito Mejía; o ministro da Agricultura da Guiana, Zulfikar Mustapha; o secretário de Agricultura e Pecuária de Honduras, Maurício Guevara, e o ministro da Agropecuária da Nicarágua, Edward Centeno.