Com o avanço de focos de Influenza Aviária, o governo do Uruguai determinou a obrigatoriedade da vacinação em matrizes leves e pesadas, bem como das poedeiras pertencentes a estabelecimentos comerciais. As aves devem ser vacinadas a partir do dia 02 de maio.
O ministro da Pecuária, Agricultura e Pescas do país vizinho, Fernando Mattos, esclareceu que os 10 focos ativos não correspondem a atividade produtiva ou comercial.
Com a proximidade entre o Brasil e Uruguai, cresce a apreensão na avicultura brasileira e medidas de biosseguridade se tornam cada vez mais necessárias. Segundo fontes ouvidas pelo AviSite, a vacinação não se justifica devido ao fato de o Uruguai não ter registrado nenhum caso de IA na avicultura industrial, o que deve afetar, em um curto espaço de tempo, as exportações do país.
O presidente executivo da Organização Avícola do RS, que engloba as entidades membros Asgav e Sipargs, José Eduardo dos Santos, explica que a decisão por parte do governo uruguaio em vacinar suas aves é soberana. “É para a segurança do país. Estamos em estado de atenção permanecente. Até pelas rotas de aves migratórias, devemos manter o nível de alerta”, destaca. “Como não temos focos de IA, vamos intensificar o nível de biosseguraridade, contando com a conscientização de produtores, técnicos, indústrias, empresários, serviços oficiais e de todos a estão fazendo um trabalho rigoroso pelo monitoramento e prevenção”, afirma.
Segundo ele, o Uruguai, vacinando suas aves, definiu suas diretrizes de segurança e cabe ao Brasil manter o seu estado de alerta e intensificar o nível de seguridade do plantel avícola. “Para isso, ressalto a necessidade de interação de serviços oficiais, agentes do setor que comercializam aves, genética e produtos. Todos devem estar atentos para manter o grau de segurança”, destaca.
Em nota, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirma que “respeita a independência e a soberania do Uruguai em vacinar o plantel comercial de aves do País, medida que é repetida por outros países da América do Sul”.
Ainda segundo as informações da entidade, “no Brasil, as diretrizes são estabelecidas por meio do Plano Nacional de Sanidade Avícola do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, que estabelece a prevenção à enfermidade por meio da biosseguridade e erradicação de eventuais focos que possam vir a ocorrer”.
Ao mesmo tempo, a ABPA, em linha com o Conselho Mundial de Avicultura (IPC, sigla em Inglês), defende que os países tomem decisões soberanas acerca da saúde dos seus planteis avícolas, ao mesmo tempo que entende que a adoção da vacina e eventuais ocorrências de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade nãos sejam fatores de bloqueio ao comércio ente os países. “A ABPA ressalta que o Brasil segue livre da enfermidade, ao mesmo tempo em que as medidas de biosseguridade e o monitoramento seguem intensificados”.