O vencimento maio/21 foi cotado à R$ 99,72 com ganho de 0,62%, o julho/21 valeu R$ 95,45 com elevação de 1,22%, o setembro/21 foi negociado por R$ 89,30 com alta de 0,96% e o novembro/21 teve valor de R$ 89,98 com valorização de 1,16%.
O analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, relata que o primeiro semestre está muito apertado já que a primeira safra teve grandes perdas, entre 6 e 8 milhões de toneladas perdidas pelo clima seco. Assim, os poucos volumes que aparecem caem diretamente nas mãos das cooperativas e dos grandes consumidores e não caem para o mercado de oferta livre.
“Os pequenos granjeiros de ovos, o setor de suíno independente e o gado leiteiro está sofrendo para conseguir milho e quem está fazendo a cotação é o produtor. O mercado está firme até maio, pelo menos, vai seguir firme em junho e depois vamos depender da safrinha”.
Brandalizze aponta que a safrinha está sofrendo com o clima e é preciso que as novas chuvas, que são apontadas pelas previsões climáticas, cheguem e melhorem as condições da safrinha. “Precisamos de chuvas porque estamos tendo problemas”.
De acordo com o analista de mercado da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael, neste momento a B3 está operando bem acima do mercado físico e, até mesmo, da paridade de importação.
“Estamos vendo um movimento bem forte especulativo, mas não podemos esquecer que o produtor está capitalizado e dosa os volumes no mercado. Além disso, o mercado também ficará preocupado até a chegada do milho safrinha, face a uma safra de verão muito pequena”.
Outro ponto destacado com sustentador desta alta são os preços internacionais também em elevação. “Esse patamar hoje na B3 nem o mais otimista em preços poderia imaginar a 1 ano atrás que isto aconteceria. Foi uma sucessão de casos, inclusive, uma forte alta nos preços no mercado internacional”, diz Rafael.
Na visão do analista, o futuro dos preços do cereal no Brasil está atrelado, entre outros fatores, a manutenção ou não dos níveis de consumo. “Tudo vai depender se vai haver redução de consumo, visto que margens de aves e suínos estarem negativas, do dólar, do movimento de preços na CBOT, do andamento da safra dos EUA, do andamento da safrinha, da intenção de venda de produtores que estão bem capitalizados e a movimentos de compra da China”.
Mercado Físico
Os preços do milho também subiram no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas na praça de Brasília/DF (1,30% e preço de R$ 76,00).
Já as valorizações apareceram no Oeste da Bahia (0,34% e preço de R$ 73,75), Londrina/PR e Cândido Mota/SP (0,58% e preço de R$ 86,50), Dourados/MS (1,15% e preço de R$ 88,00), Panambi/RS (1,20% e preço de R$ 81,00), Não-Me-Toque/RS (1,25% e preço de R$ 81,00), Palma Sola/SC (1,72% e preço de R$ 88,50) e Amambaí/MS (2,41% e preço de R$ 85,00).
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, o milho abriu esta semana firme, com o mercado ainda digerindo os dados dos Estados Unidos. “Apesar disto, as chuvas deram as caras em Goiás e no Mato Grosso favorecem o plantio na maioria destas regiões. Já o dólar é um ponto de atenção, porém teve pouca oscilação nos últimos dias”.
No Mato Grosso, o preço do milho disponível vem alcançando patamares recordes, atingindo a marca de R$ 72,36 a saca na última semana.
“Dentre os fatores observados na semana, a divulgação trimestral das perspectivas de plantio do milho nos EUA pelo USDA teve grande influência no preço da CMEGroup e consequentemente no estado. A alta no dólar, a redução da produção esperada do milho primeira safra no Brasil somado a semeadura tardia em Mato Grosso continuam sendo importantes fatores de alta no estado”, aponta o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária).
Enquanto isso, o Paraná já semeou 99% das lavouras de segunda safra, se dividindo entre germinação (8%), descanso vegetativo (87%), floração (4%) e frutificação (1%). Já a colheita da safra verão está em 88% do total com 3% ainda em frutificação e 97% já na fase de maturação.
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro operaram no campo misto da Bolsa de Chicago (CBOT) nesta terça-feira. As principais cotações registraram movimentações entre 5,25 pontos negativos e 1,75 pontos positivos ao final do dia.
O vencimento maio/21 foi cotado à US$ 5,54 com alta de 1,00 ponto, o julho/21 valeu US$ 5,41 com ganho de 1,75 pontos, o setembro/21 foi negociado por US$ 4,98 com queda de 4,25 pontos e o dezembro/21 teve valor de US$ 4,83 com baixa de 5,25 pontos.
Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última segunda-feira, de 0,18% para o maio/21 e de 0,37% para o julho/21, além de perdas de 0,80% para o setembro/21 e de 1,02% para o dezembro/21.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho foram mistos, com os contratos da safra antiga subindo ligeiramente, à medida que os investidores ajustaram as posições antes do relatório mensal de oferta e demanda mundial do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na sexta-feira, que pode mostrar uma redução adicional na oferta.
A publicação destaca ainda que, os futuros do milho também obtiveram apoio da América do Sul, depois que os atrasos das chuvas reduziram o plantio da segunda safra.
“Eles plantaram com cerca de um mês de atraso e agora estão entrando em sua estação seca durante a estação de polinização. Isso pode realmente reduzir seus rendimentos”, disse Dan Smith, gerente de risco sênior da Top Third Ag Marketing.