Ontem, a quarta-feira (19) chegou ao fim com os preços do milho recuando no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas valorizações em nenhuma das praças.
Já as desvalorizações apareceram em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Rio do Sul/SC, Dourados/MS, Maracaju/MS, Campo Grande/MS, Eldorado/MS, Cândido Mota/SP, Campinas/SP e Porto Paranaguá/PR.
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “no mercado interno, a dinâmica teve poucas alterações, com os participantes cautelosos. No entanto, o dólar tem perdido força contra uma cesta de outras moedas fortes atingindo o menor nível desde fevereiro”.
A SAFRAS & Mercado destaca que o mercado brasileiro de milho deve seguir atento ao cenário de preços no mercado internacional. “O movimento de queda na CBOT pode contribuir para uma maior fixação de oferta por parte dos produtores, favorecendo um movimento de baixa nas cotações, ainda que a situação da safrinha esteja cada vez pior no Brasil devido à estiagem”.
“Há aumento da fixação de oferta em vários estados, resultando em abrupta queda dos preços. Os consumidores passam a se ausentar do mercado neste momento, o que tende a favorecer nova queda das indicações”, comenta o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Para Iglesias, o clima ainda é uma preocupação recorrente, com chuvas irregulares em diversos estados do Centro-Sul. “A tendência é que a indicação de quebra da safrinha seja ainda maior ao final do mês”, avalia.
B3
Os preços futuros do milho tiveram uma quarta-feira baixista na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações negativas entre 0,19% e 0,40% ao final do dia.
O vencimento julho/21 foi cotado à R$ 98,18 com perda de 0,27%, o setembro/21 valia R$ 96,52 com queda de 0,19%, o novembro/21 era negociado por R$ 97,00 com baixa de 0,24% e o janeiro/22 tinha valor de R$ 98,70 com desvalorização de 0,40%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, os grandes compradores brasileiros seguem de olho na safrinha e acompanhando as chuvas que voltaram na semana anterior e estão previstas para os próximos dias.
“Vai se definindo uma safrinha que, talvez, não seja tão ruim quanto o que se esperava, já que as perdas que vinham crescentes se amenizaram. Tem perdas? Tem, muito grandes em alguns produtores, mas agora a condição já melhora e a colheita é em poucos dias. Isso pesa no mercado”, pontua Brandalizze.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também recuou nesta quarta-feira para os preços internacionais do milho futuro. As principais cotações registraram movimentações negativas de até 4,25 pontos ao final do dia.
O vencimento julho/21 foi cotado à US$ 6,58 com estabilidade, o setembro/21 valia US$ 5,67 com perda de 4,00 pontos, o dezembro/21 era negociado por US$ 5,39 com desvalorização de 4,25 pontos e o março/22 tinha valor de US$ 5,45 com baixa de 4,00 pontos.
Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última terça-feira, de 0,70% para o setembro/21, de 0,74% para o dezembro/21 e de 0,73% para o março/22.
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho dos Estados Unidos caíram acentuadamente na quarta-feira, com traders observando a venda por fundos de investimento à medida que os contratos de commodities despencavam nos principais pontos de suporte técnico.
A publicação destaca que, quedas acentuadas no mercado de petróleo bruto desencadearam uma rodada de negociações sem risco por especuladores que acumularam apostas otimistas em commodities agrícolas nos últimos meses devido a preocupações com a escassez de oferta.
“A energia está sendo despejada muito hoje. Todo mundo está nervoso com o que está acontecendo e estamos em liquidação”, disse Mark Schultz, analista-chefe de mercado da Northstar Commodity.