Ontem, a quinta-feira (01) chegou ao fim com os preços do milho novamente subindo no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas desvalorizações em nenhuma das praças.
Já as valorizações apareceram em Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Castro/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Primavera do Leste/MT, Itiquira/MT, Brasília/DF, Eldorado/MS, Cândido Mota/SP e Porto Paranaguá.
De acordo com a análise da Agrifatto Consultoria, “no mercado físico, o milho volta a se valorizar nas principais praças do Brasil. Em Campinas/SP, o grão é comercializado na casa dos R$ 88,00/sc. A alta do dólar e a posição dos agentes diante das geadas registradas contribuem para esse movimento”.
Ainda nesta quinta-feira a StoneX refez seus cálculos e divulgou nova estimativa de produção para a segunda safra de milho no Brasil. O último número apresentado era de 62 milhões de toneladas, mas agora a empresa trabalha com 60,45 milhões de toneladas, uma queda de 2,5%.
De acordo com a consultoria, o clima tem penalizado a safra de milho e, as geadas que recentemente atingiram os estados do Mato Grosso do Sul e no Paraná, foram mais um fator a prejudicar o potencial produtivo e reduzir ainda mais o cenário de disponibilidade do cereal.
B3
Os preços futuros do milho começaram o mês contabilizando ganhos na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 2,01% e 2,88% ao final da quinta-feira.
O vencimento julho/21 foi cotado à R$ 91,20 com elevação de 2,01%, o setembro/21 valeu R$ 93,95 com alta de 2,88%, o novembro/21 foi negociado por R$ 95,05 com valorização de 2,87% e o janeiro/22 teve valor de R$ 96,27 com ganho de 2,14%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, todas as geadas que atingiram as lavouras no Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás e Minas Gerais contribuíram para os vendedores sumirem do mercado e para puxar a B3 acima de R$ 90,00.
“Só no Paraná, a geada dessa semana, deu impacto de mais de 3 milhões de toneladas de queda de produção frente ao que já tinha perdido antes. Então é uma safra muito comprometida”, diz.
Brandalizze destaca ainda que, em função da alta de Chicago, o mercado que antes dava condições de importação de milho abaixo de R$ 90,00 já voltou ao patamar de R$ 102,00 e isso dá novo espaço para a B3 subir e buscar novamente os R$ 95,00.
“O mercado do milho se valorizou muito e dificilmente vai despencar, porque temos uma safra muito comprometida, o que é um fator favorável para quem consegue ter milho”, comenta o analista.
O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou, por meio da Secretaria de Comércio Exterior, seu relatório semanal que aponta as exportações acumuladas de diversos produtos agrícolas durante todo o mês de junho.
Nestes 21 dias úteis do mês, o Brasil exportou 92.169,2 toneladas de milho não moído. Este volume ultrapassou o total contabilizado durante o último mês de maio todo (13.919,9) em 562%. Porém, no comparativo anual, no sexto mês do ano, o país embarcou apenas 29,52% de tudo o que foi registrado durante junho de 2020 (312.210,8).
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro perderam força ao longo do dia e encerraram a quinta-feira operando em campo misto. As principais cotações registraram movimentações entre 0,50 pontos negativos e 2,50 pontos positivos ao final do dia.
O vencimento julho/21 foi cotado à US$ 7,19 com queda de 0,25 pontos, o setembro/21 valeu US$ 6,01 com elevação de 2,50 pontos, o dezembro/21 foi negociado por US$ 5,89 com ganho de 0,50 pontos e o março/22 teve valor de US$ 5,95 com perda de 0,50 pontos.
Esses índices representaram baixa, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 0,14% para o julho/21, mas marcaram altas de 0,33% para o setembro/21 e de 0,17% para o dezembro/21, além de estabilidade para o março/22.
Segundo informações da consultoria Agrinvest, tudo indica que a oferta seguira apertada, porém, os altos preços do grão começam a ter impactos do lado da demanda.
“As vendas semanais americanas confiram que os grãos americanos estão pouco competitivos no mercado internacional, especialmente para o milho. O grãos americano perde hoje para a Argentina e Ucrânia, reduzindo drasticamente o interesse dos principais importadores”, aponta a Agrivest.
De acordo com os dados trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quinta-feira, as vendas semanais da safra velha foram de apenas 15 mil toneladas, enquanto o mercado esperava algo entre o cancelamento de 100 mil e a venda de 400 mil toneladas do cereal.
Os Estados Unidos ainda venderam mais 67,6 mil toneladas de milho da safra 2021/22, abaixo do intervalo esperado pelo mercado de 150 mil a 650 mil toneladas.