Ontem, a segunda-feira (22) chegou ao fim com os preços do milho mais altos no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas em Itapetininga/SP (2,13% e preço de R$ 92,00), Brasília/DF (2,74% e preço de R$ 71,00) e Campinas/SP (3,09% e preço de R$ 94,00).
Já as valorizações apareceram nas praças de Pato Branco/PR (0,62% e preço de R$ 81,20), Ubiratã/PR, Londrina/PR e Marechal Cândido Rondon/PR (0,63% e preço de R$ 79,50), Eldorado/MS (0,66% e preço de R$ 76,00), Ponta Grossa/PR (1,19% e preço de R$ 85,00), Palma Sola/SC (1,23% e preço de R$ 82,00), São Gabriel do Oeste/MS, Maracaju/MS e Campo Grande/MS (2,56% e preço de R$ 80,00) e Luís Eduardo Magalhães/BA (3,08% e preço de R$ 67,00).
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “a colheita da soja teve uma semana de grandes avanços no Brasil, o que estimulou a negociação nos últimos dias. Isto chamou a atenção dos participantes do mercado do milho também. Outro ponto de atenção são as variações do dólar. No físico do milho, os negócios estão lentos com pouca variação de preços”.
A consultoria SAFRAS & Mercado relatou que, o plantio da segunda safra de milho 2021 atinge 86,2% da área estimada de 14,125 milhões de hectares. No mesmo período do ano passado o cultivo atingia 90,3% da área de 13,27 milhões de hectares da safrinha 2020, enquanto a média de plantio para o período nos últimos cinco anos é de 96,1%. Na semana passada, o número era de 71,7%.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua semanal apontando que, impulsionados pela demanda aquecida e pela restrição da oferta no spot nacional, os preços do milho seguem em alta na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea.
“Apesar do avanço da colheita das lavouras de verão, compradores relatam dificuldades em realizar negócios”. Segundo pesquisadores do Cepea, muitos produtores, mesmo diante dos preços recordes, comercializam apenas pequenas quantidades – esses agentes relatam não ter problemas com armazenagens.
“Vendedores estão à espera de valores ainda maiores, fundamentados na baixa disponibilidade do cereal no spot, em incertezas quanto à oferta do milho da segunda safra e no dólar valorizado”.
Na semana passada, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), renovou o recorde diário real da série histórica do Cepea, ao fechar, na quarta-feira, 17, a R$ 93,44/sc de 60 kg (a série foi deflacionada pelo IGP-DI de fevereiro/21).
B3
Os preços futuros do milho até largaram o dia em alta, mas recuaram na Bolsa Brasileira (B3) nesta segunda-feira.
O vencimento maio/21 foi cotado à R$ 92,35 com perda de 0,42%, o julho/21 valeu R$ 87,90 com baixa de 0,68%, o setembro/21 foi negociado por R$ 81,98 com queda de 1,05% e o novembro/21 teve valor de R$ 82,70 com desvalorização de 1,09%.
Em seu relatório AgroInfo para o mês de março de 2020, o Rabobank destacou os fatores que contribuem para a manutenção do suporte e consecutivas altas para os preços do cereal no início deste ano.
“Apesar de atingir a maior produção da história de milho na safra 2019/20, superando 102 milhões de toneladas, a demanda doméstica robusta somada às exportações ao longo de 2020 pressionaram os estoques brasileiros”, dizem os analistas.
Já projetando o cenário para a safra 2020/21, a publicação aponta que, o atraso do plantio do milho safrinha e a produtividade abaixo do esperado para a safra verão devem impactar o programa de exportação em junho/21. “A baixa disponibilidade do grão deve limitar o início do programa de exportação brasileiro, o que deve favorecer as exportações de soja”.
O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou, por meio da Secretaria de Comércio Exterior, seu relatório semanal que aponta as exportações acumuladas de diversos produtos agrícolas nas três semana de março.
Nestes 15 primeiros dias úteis do mês, o Brasil exportou 292.954 toneladas de milho não moído. Este volume representa aumento de apenas 66.571,1 toneladas com relação ao exportado até a segunda semana do mês (226.382,9) e é 61,97% de tudo o que foi registrado durante março de 2020 (472.669,7).
Com isso, a média diária de embarques ficou em 19.530,3 toneladas, patamar 9,10% menor do que as 21.485 do mês de março de 2020. Por outro lado, em termos financeiros, o atual mês contabilizou elevação de 17,10% ficando com US$ 4.783,60 por dia útil contra US$ 4.085,10 em março de 2020. Já o preço por tonelada obtido também registrou ganho de 28,82% no período, saindo dos US$ 190,10 no ano passado para US$ 244,90 neste mês de março.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) registrou movimentações baixistas durante toda a segunda-feira para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento maio/21 foi cotado à US$ 5,49 com desvalorização de 8,75 pontos, o julho/21 valeu US$ 5,31 com perda de 7,25 pontos, o setembro/21 foi negociado por US$ 4,84 com baixa de 5,25 pontos e o novembro/21 teve valor de US4,68 com queda de 3,50 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última sexta-feira, de 1,44% para o maio/21, 1,30% para o julho/21, de 1,02% para o setembro/21 e de 0,64% para o dezembro/21.
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros do milho em Chicago caíram na segunda-feira, ajustando-se depois que as novas vendas de exportação na sexta-feira recuperaram o mercado.
A publicação destaca que, o milho recuou em relação à recuperação inspirada nas exportações da semana passada, mas permaneceu perto das altas recentes, enquanto os analistas aguardam os estoques trimestrais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e o relatório anual de intenções de plantio em 31 de março.
“Acho que vamos ficar sentados aqui até o relatório da safra sair na próxima quarta-feira. O plantio na primavera é de três a quatro semanas na parte sul e estamos chegando perto”, disse Mike Seery, presidente da Seery Futures.