Ontem, a segunda-feira (15) chegou ao final com os preços do milho subindo no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas no Oeste da Bahia (0,38% e preço de R$ 64,75) e São Gabriel do Oeste/MS (1,28% e preço de R$ 77,00).
Já as valorizações apareceram nas praças de Cândido Mota/SP (0,62% e preço de R$ 81,00), Londrina/PR (0,64% e preço de R$ 79,00), Cascavel/PR (1,28% e preço de R$ 79,00), Maracaju/MS e Campo Grande/MS (1,30% e preço de R$ 78,00) e Brasília/DF (4,23% e preço de R$ 74,00).
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, no mercado físico, “os preços seguem firmes com o produtor cadenciando as vendas e o consumidor atento a formação de estoques”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou seu relatório semanal apontando que, os preços do milho seguem em alta em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Em Campinas/SP, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa registra elevação de 7,4% na parcial de março (até o dia 12), fechando a R$ 91,73/saca de 60 kg na sexta-feira, 12 – próximo ao recorde real verificado em 30 de novembro de 2007 e agora atualizado para R$ 92,33/sc.
“No geral, os valores têm sido sustentados pela retração de vendedores. No Sudeste e no Sul do País, produtores estão à espera de novas valorizações, fundamentados na baixa disponibilidade, e, no Centro-Oeste, muitos agricultores estão concentrados na colheita da safra verão e/ou na semeadura da segunda safra. Compradores, por sua vez, mostram dificuldades na recomposição de estoques”, de acordo com pesquisadores do Cepea.
Para a AgRural, os produtores do país semearam apenas cerca de três quartos da projeção estimada de cultivo em 2020/21 com a janela ideal de plantio da segunda safra de milho já fechada na maioria das regiões produtoras do Brasil e se encerrando nesta segunda-feira nas áreas de calendário mais tardio.
B3
Os preços futuros do milho estiveram em campo misto durante toda a segunda-feira na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações entre 0,22% negativo e 1,42% positivo ao final do dia.
O vencimento março/21 foi cotado à R$ 91,95 com queda de 0,22%, o maio/21 valeu R$ 94,12 com alta de 1,20%, o julho/21 foi negociado por R$ 89,15 com valorização de 1,42% e o setembro/21 teve valor de R$ 84,26 com ganho de 1,27%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, os futuros brasileiros foram influenciados pelas movimentações de Chicago e as flutuações cambiais neste inicio de semana.
Brandalizze destaca também que, o mercado segue quase sem novos negócios com todo o foco voltado à situação da safra que ainda tem muito caminho pela frente.
O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou, por meio da Secretaria de Comércio Exterior, seu relatório semanal que aponta as exportações acumuladas de diversos produtos agrícolas nas duas semana de março.
Nestes 10 primeiros dias úteis do mês, o Brasil exportou 226.382,9 toneladas de milho não moído. Este volume já representa aumento de 41.133,1 toneladas com relação ao exportado na primeira semana do mês (185.249,8). Até aqui, no terceiro mês do ano, o país já embarcou 47,89% de tudo o que foi registrado durante março de 2020 (472.669,7).
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) ganhou força ao longo do dia e encerrou as atividades em alta para os preços internacionais do milho futuro. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 2,00 e 10,50 pontos ao final da segunda-feira.
O vencimento maio/21 foi negociado por US$ 5,49 com valorização de 10,50 pontos, o julho/21 valeu US$ 5,37 com ganho de 9,25 pontos, o setembro/21 foi negociado por US$ 4,98 com elevação de 2,00 pontos e o dezembro/21 teve valor US$ 4,78 com estabilidade.
Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última sexta-feira, de 1,86% para o maio/21, de 1,70% para o julho/21 e de 0,40% para o setembro/21, além de estabilidade para o dezembro/21.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho nos EUA subiram para o máximo de uma semana na segunda-feira, recuperando-se da fraqueza noturna, depois que um relatório do governo dos Estados Unidos mostrou que a demanda de exportação do grão permaneceu alta.
Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), reportou embarques de 2,203,962 milhões de toneladas, contra expectativas de 1,2 a 1,9 milhão. Em todo ano comercial, os embarques americanos já somam 29,955,928 milhões, contra pouco mais de 16 milhões do ano passado, neste mesmo período.
“Esse provavelmente é um dos catalisadores que impulsionou essa alta. As lentas vendas de milho pelos produtores nas últimas semanas aumentaram a força, mostrando que o mercado precisava se recuperar acima das altas recentes para extrair suprimentos dos produtores a fim de atender à demanda do mercado de exportação”, disse Mark Schultz, analista-chefe de mercado da Northstar Commodity.