O primeiro dia útil de 2021 chega ao final com os preços do milho subindo no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas apenas valorização nas principais praças produtoras do país.
Em Londrina/PR a valorização foi de 1,39%, estabelecendo os preços por R$ 73,00, Cascavel/PR teve alta de1,41%, valendo R$ 72,00, Pato Branco/PR registrou valorização de 1,67%, negociado por R$ 73,20, Palma Sola/SC teve valorização de 1,37%, negociado por R$ 74,00, Tangará da Serra/MT registrou alta de 1,59%, valendo R$ 64,00, Campo Novo do Parecis finalizou valendo R$ 63,00 e com valorização de 3,28%, enquanto Amambai/MS encerrou com alta de 5,97%, valendo R$ 71,00.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que os baixos estoques, a demanda firme e as incertezas quanto ao tamanho da oferta da temporada 2020/21 devem manter os preços internos do milho em patamares acima da média em 2021.
Segundo colaboradores do Cepea, as lavouras brasileiras da primeira safra foram prejudicadas pelo clima seco, principalmente no Sul do país. Para a segunda safra, o cultivo mais lento e tardio da soja, comparativamente há anos anteriores, traz temores sobre como será a semeadura de milho e se haverá impactos na produtividade.
“Com isso, a temporada 2020/21 deve se iniciar com incertezas em torno da oferta do cereal. Por enquanto, as estimativas oficiais indicam produção recorde no Brasil e no mundo. A demanda, por sua vez, deve continuar aquecida nos mercados doméstico e internacional.
No Brasil, o consumo segue crescente, refletindo o maior interesse do setor pecuário e também de novas usinas de etanol de milho no Centro-Oeste. As exportações devem ser favorecidas pelo dólar valorizado e pela alta nas cotações internacionais. A comercialização antecipada, especialmente para exportação, tende a restringir a oferta no spot nos próximos meses, podendo acirrar a disputa pelo produto”, afirma a publicação.
B3
Os preços futuros do milho tiveram o oitavo dia consecutivo de altas na Bolsa Brasileira (B3) nesta segunda-feira (04). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 0,18% e 1,53% ao final do dia.
O vencimento janeiro/21 foi cotado à R$ 82,85 com ganho de 0,18%, o março/21 valeu R$ 84,51 com elevação de 1,21%, o maio/21 foi negociado por R$ 80,77 com valorização de 1,53% e o julho/21 teve valor de R$ 73,02 com alta de 1,42%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, esse movimento é resultado da demanda por milho que segue muito forte e dos estoques americanos e mundiais que estão muito baixos.
“O milho vai ter uma demanda entre 30 e 50 milhões de toneladas a mais do que vai se confirmar como produção. Ou seja, vai ter um buraco grande na oferta e demanda que vai consumir grande parte dos estoques mundiais e isso é mais um fator positivo para o milho em 2021 e 2022”, diz o analista.
Brandalizze destaca ainda que o ambiente para o produtor que se prepara para plantar a safrinha nos próximos meses é muito favorável. “Provavelmente, a lucratividade do milho de uma boa lavoura vai ser maior do que a da soja em função do potencial de produtividade muito maior que tem o milho”, explica.
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro começaram a segunda-feira em elevação, mas perderam força na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registravam movimentações entre 0,25 e 2 pontos ao final do dia.
O vencimento março/21 foi cotado à US$ 4,83 com queda de 0,25 pontos, o maio/21 valeu US$ 4,84 com alta de 1 pontos, o julho/21 foi negociado por US$ 4,82 com valorização de 2 pontos e o setembro/21 teve valor de US$ 4,47 com alta de 0,75 pontos.
Segundo informações do site internacional Farm Futres, os futuros de milho estavam em alta nesta manhã impulsionados pelos efeitos persistentes da proibição de exportação de milho da Argentina, que terminará em 28 de fevereiro, e pelas preocupações contínuas de clima seco nas principais regiões produtoras da América do Sul.
Ao longo do dia, por outro lado, os números de exportação semanal de milho divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) pesaram negativamente no mercado internacional.
As inspeções de exportação de milho caíram 27% abaixo da contagem da semana anterior, chegando a 35,9 milhões de bushels (911.860 toneladas). Os analistas geralmente esperavam uma contagem mais robusta, com estimativas comerciais variando entre 29,5 milhões e 51,2 milhões de bushels (entre 749.300 e 1,3 milhão de toneladas). Os totais acumulados para o ano comercial de 2020/21 ainda estão bem à frente do ritmo do ano passado, com 586,9 milhões de bushels.
México e China lideraram todos os destinos das inspeções de exportação de milho dos EUA na semana passada, com 11,7 milhões e 11,1 milhões de bushels (297.180 e 281.940 toneladas), respectivamente. Colômbia, Guatemala e Panamá completam os cinco primeiros.