Ontem, a quinta-feira (07) chegou ao final com os preços do milho com movimentações em campo misto no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas valorizações apenas no Oeste da Bahia (0,79% e preço de R$ 63,50), Ponta Grossa/PR (2,70% e preço de R$ 76,00) e Castro/PR (15,38% e preço de R$ 75,00).
Já as desvalorizações apareceram em Pato Branco/PR (0,67% e preço de R$ 73,70), Marechal Cândido Rondon/PR, Ubiratã e Londrina/PR (0,68% e preço de R$ 72,50) e Eldorado/MS (0,70% e preço de R$ 70,60),
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “o mercado físico do milho teve poucas alterações em meados desta semana. De um lado, o produtor oferta pequenas quantidades e de outro os consumidores não fazem grandes compras em função do atual patamar de preços”.
Um levantamento do AviSite indica que os preços do milho acumulam valorização de 140% na comparação das cotações de janeiro de 2021 com as registradas em janeiro de 2018. Em novembro de 2020 a saca do cereal atingiu seu preço médio mais elevado no ano quando chegou à R$ 82,13.
B3
Os preços futuros do milho operaram em queda durante a maior parte desta quinta-feira na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentação entre 0,68% negativo e 0,61% positivo ao final do dia.
O vencimento janeiro/21 foi cotado à R$ 83,10 com alta de 0,30%, o março/21 valeu R$ 85,20 com ganho de 0,41%, o maio/21 foi negociado por R$ 80,75 com perda de 0,68% e o julho/21 teve valor de R$ 74,60 com valorização de 0,61%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o ano de 2021 promete ser ainda melhor para o mercado de milho do que foi 2020, uma vez que todos os fundamentos do mercado são positivos para os preços, com uma grande demanda por milho no mundo e algumas dificuldades de fornecimento do grão.
Entre os pontos que sustentam o mercado, Brandalizze cita a manutenção do apetite chinês por milho no mercado internacional e a demanda interna brasileira se mantendo aquecida pelo setor de rações que já voltou ao mercado neste início de ano.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também acumulou recuos para os preços internacionais do milho futuro nesta quinta-feira. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 0,25 e 1,00 ponto ao final do dia.
O vencimento março/21 foi cotado à US$ 4,94 com desvalorização de 1,00 ponto, o maio/21 valeu US$ 4,95 com queda de 0,50 pontos, o julho/21 foi negociado por US$ 4,93 com perda de 0,50 pontos e o setembro/21 teve valor de US$ 4,55 com baixa de 0,25 pontos.
Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última quarta-feira, de 0,20% para o março/21, de 0,20% para o maio/21 e de 0,20% para o julho/21, além de estabilidade para o setembro/21.
Segundo informações do site internacional Successful Farming, os contratos futuros do milho em Chicago caíram nesta quinta-feira assim como também aconteceu com a soja e o trigo. Agora, a atenção do mercado se volta para os próximos relatórios que serão divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na semana que vem.
“O milho conseguiu ultrapassar a marca de US$ 5,00 na quarta-feira. Embora os preços não tenham superado esse marco, é bastante impressionante ver o milho tão alto. Com o grande relatório do USDA programado para a próxima terça-feira, não devemos nos surpreender em ver alguma realização de lucros nos próximos dias. Pelos preços atuais, os traders de grãos estão prevendo um relatório bastante otimista na próxima semana. Mas o USDA fornecerá dados para sustentar os preços atuais? Se as altas não conseguirem o que procuram, poderemos ver uma venda agressiva por alguns dias”, afirmou Bob Linneman da Kluis Advisors.
Vlamir Brandalizze acredita que as cotações vão continuar em alta também no mercado internacional sustentados pelas grandes exportações norte-americanas e pelo ávido apetite da China pelo cereal.
“É um ano de commodities e elas vão ser valorizadas em 2021”, aponta Brandalizze.