Ontem, a segunda-feira (08) chegou ao final com os preços do milho estáveis no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, a única valorização encontrada foi em Amambaí/MS (1,39% e preço de R$ 73,00).
Já as desvalorizações apareceram apenas em São Gabriel do Oeste/MS (1,41% e preço de R$ 70,00).
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “as oferta de milho de fora do estado tem dado o tom negativo para as cotações e os negócios em São Paulo nos últimos dias. A colheita segue firme e os compradores estão praticamente ausentes, com pouco interesse neste momento”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que as negociações envolvendo milho estão lentas no spot brasileiro.
“Compradores seguem afastados do mercado, atentos à colheita da safra verão, à necessidade de produtores liberarem armazéns e a possíveis quedas nos preços. No entanto, chuvas têm dificultado as atividades de campo em importantes regiões brasileiras, o que tem limitado a disponibilidade do milho no spot nacional”, dizem os analistas do Cepea.
Diante disso, a publicação ressalta que as negociações são realizadas apenas de forma pontual, para atender a necessidades de curto prazo, e os preços praticamente se estabilizaram.
Enquanto isso, a colheita da safra verão já chegou a 19,5% da área estimada de 3,953 milhões de hectares, conforme relata a consultoria SAFRAS & Mercado. No mesmo período do ano passado, a colheita atingia 19,7% da área estimada de 4,119 milhões de hectares da safra verão 2019/20. A média de colheita nos últimos cinco anos para o período é de 15,3%.
Já o levantamento da StoneX, aponta que apenas 7% das lavouras desta safra verão já foram colhidas, contra 20% do mesmo período do ano passado.
B3
Os preços futuros de milho foram ganhando força ao longo do dia após começarem a segunda-feira caindo na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 0,71% e 1,57% ao final do pregão.
O vencimento março/21 foi cotado à R$ 86,64 com valorização de 1,57%, o maio/21 valeu R$ 84,55 com ganho de 0,71%, o julho/21 foi negociado por R$ 78,47 com alta de 1,12% e o setembro/21 teve valor de R$ 75,50 com elevação de 0,87%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado do milho segue sendo firme e dificilmente veremos milho abaixo de R$ 60,00 ao produtor, mas o milho acima de R$ 80,00 e R$ 90,00 inviabiliza a outra ponta da cadeia.
“Alguns dizem que o milho vai à R$ 100,00, até pode ir, mas ai quebra todo o setor de frango, suínos, ovo e leite. Esse milho na faixa dos R$ 85,00 já começa a estrangular e isso já está refletindo em uma queda nas exportações de frangos e suínos”, comenta Brandalizze.
Também nesta segunda-feira, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou que o Brasil exportou 317.780,5 toneladas de milho não moído nos cinco primeiros dias úteis de fevereiro. O patamar já é 93% de tudo o que foi embarcado em fevereiro de 2020, mas apenas metade do registrado na última semana de janeiro deste ano.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro dispararam nesta segunda-feira na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 7,50 e 15,25 pontos ao final do primeiro dia da semana.
O vencimento março/21 foi cotado à US$ 5,63 com valorização de 15,25 pontos, o maio/21 valeu US$ 5,62 com elevação de 14,50 pontos, o julho/21 foi negociado por US$ 5,48 com alta de 11,75 pontos e o setembro/21 teve valor de US$ 4,85 com ganho de 7,50 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última sexta-feira, de 2,74% para o março/21, de 2,74% para o maio/21, de 2,24% para o julho/21 e de 1,46% para o setembro/21.
Segundo informações do site internacional Successful Farming, os futuros agrícolas do CME Group subiram em meio a ampla atividade de compra.
“O mercado de ações está em alta e o dólar em baixa. Com detalhes sobre a próxima rodada de estímulo monetário impulsionando os mercados externos. Sem dúvida, os grãos emprestaram alguma força dessa frente e também continuaram as lutas na safra da América do Sul”, aponta Britt O’Connell da ever.ag.
O mercado também se prepara para a divulgação do novo relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que ocorrerá nesta terça-feira.
“Na sexta-feira, o milho fechou em baixa em um dia agitado de comércio. Antes do relatório do USDA na terça-feira, a força nos mercados de ações dos EUA e globais é um sinal positivo de longo prazo para a economia e a demanda por commodities. Estou observando o relatório de vendas de exportação toda semana para ver se e quando começaremos a ver qualquer desaceleração na demanda de exportação”, diz Al Kluis da Kluis Advisors.