Ontem, a terça-feira (23) chegou ao fim com os preços do milho ainda elevados no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas desvalorizações em nenhuma das praças.
Já as valorizações apareceram em Cândido Mota/SP (0,62% e preço de R$ 81,00), Londrina/PR e Cascavel/PR (0,63% e preço de R$ 80,00), Rondonópolis/MT e Alto Garças/MT (0,69% e preço de R$ 72,50), Itiquira/MT (0,70% e preço de R$ 71,50), Primavera do Leste/MT (0,71% e preço de R$ 70,50), Brasília/DF (1,41% e preço de R$ 72,00), Amambaí/MS (2,56% e preço de R$ 80,00), Oeste da Bahia (3,08% e preço de R$ 67,00) e Luís Eduardo Magalhães/BA (4,48% e preço de 70,00).
O Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) divulgou relatório apontando que a semeadura da segunda safra de milho se aproxima do fim no estado, com 97,57% dos trabalhos já concluídos após um avanço de 9,25 pontos percentuais na semana.
“Com o avanço da colheita da soja e sua entrada na reta final, a semeadura do milho fica próxima de finalizar as áreas esperadas”, relata a publicação.
Já a Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná divulgou, por meio do Departamento de Economia Rural (Deral), seu o relatório de plantio e das principais safras do estado.
O relatório semanal apontou que 74% das lavouras da safra verão no estado já foram colhidas. O restante está divido entre 6% em frutificação e 94% já na fase de maturação. Já para a segunda safra, o plantio chegou à 88% no estado, com as lavouras se dividindo entre germinação (38%), descanso vegetativo (60%) e floração (2%).
B3
Os preços futuros do milho operaram em campo misto durante toda a terça-feira na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registravam movimentações entre 0,11% negativo e 0,15% positivo ao final do dia.
O vencimento maio/21 foi cotado à R$ 92,40 com alta de 0,05%, o julho/21 valeu R$ 88,00 com ganho de 0,11%, o setembro/21 foi negociado por R$ 82,10 com elevação de 0,15% e o novembro/21 teve valor de R$ 82,61 com queda de 0,11%..
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a colheita da safra verão segue andando pelo Brasil e os negócios permanecem pontuais, deixando o mercado firme e sem pressão de venda.
“Os pequenos consumidores que tem que vir ao mercado estão tendo que bancar cotações maiores e os grandes consumidores tem recebido milho de contrato e não entrando no mercado”, pontua o analista.
Brandalizze destaca ainda que os setores de ovos, ração, porco e frango seguem reclamando que estão com margens negativas em função do alto custo do milho e apontando que tem dificuldades de bancar valores acima disso. “Não tem como manter a produção e alguns indicam que o alojamento de frangos e suínos vai cair agora na virada do mês”.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro ganharam força ao longo do dia e encerram a terça-feira subindo na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 1,75 e 2,75 pontos ao final do dia.
O vencimento maio/21 foi cotado à US$ 5,51 com elevação de 2,25 pontos, o julho/21 valeu US$ 5,34 com valorização de 2,75 pontos, o setembro/21 foi negociado por US$ 4,86 com ganho de 1,75 pontos e o dezembro/21 teve valor de US$ 4,69 com alta de 1,75 pontos.
Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última segunda-feira, de 0,36% para o maio/21, 0,56% para o julho/21, de 0,41% para o setembro/21 e de 0,21% para o dezembro/21.
Segundo informações do site internacional Successful Farming, na terça-feira, os mercados agrícolas do CME Group fecham em alta sustentados pela força contínua no mercado à vista e pela melhoria das margens para esmagadores.
“Nunca vi tal pressão por parte do usuário final doméstico, principalmente produtores de etanol, para garantir milho para os meses futuros. Quando você sai do Meio-Oeste o milho é muito caro, mais forte no mercado à vista do que a soja, o que é bastante estranho, já que está bem documentado o quão apertada a soja está em termos de oferta/demanda”, diz Jason Ward da Northstar Commodity.
Ward diz ainda que, à medida que a temporada de plantio da primavera se aproxima, mais produtores dos EUA podem estar se inclinando para o milho em vez da soja devido às garantias de seguro.
“Nossos clientes nas Dakotas estão preferindo milho versus trigo de primavera. O trigo de primavera parece ser o perdedor do ponto de vista da área plantada, devido à falta de garantia. O trigo precisaria desses hectares também, mas acho que milho e soja superam isso”, aponta.