Ontem, a quinta-feira (29) chegou ao final com os preços do milho mais altos no mercado interno brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas em Cândido Mota/SP e Ponta Grossa/PR.
Já as valorizações apareceram em Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Palma Sola /SC, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Brasília/DF, São Gabriel do Oeste/MS, Amambai/MS e Luís Eduardo Magalhães/BA.
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “os negócios no mercado físico são poucos em São Paulo, enquanto os compradores estão mais cautelosos”.
No Mato Grosso do Sul, a estimativa é de que a área cultivada nesta segunda safra cresça em média 5,7%, passando de 1,895 milhão (2019/2020) para 2,003 milhões de hectares na 2ª safra 2020/2021. A produtividade estimada é de 75 sacas por hectare, estimulando uma produção de 9,013 milhões de toneladas.
“Sempre que temos a semeadura de soja concentrada no final de outubro e começo de novembro, consequentemente, temos más notícias para o milho, que acaba sendo semeado em uma janela que não é a ideal, já em meados de março. Com isso e com as previsões pessimistas do clima, estamos apreensivos e estimando 2 milhões de hectares plantados com média de 75 sc/ha”, destaca Dobashi.
Entre os fatores que podem influenciar no desenvolvimento da safra está o plantio do milho com 56% da área semeada na janela ideal de plantio, enquanto que 44%, restante da área, com maior risco de enfrentar condições adversas, como estiagem e geada durante seu desenvolvimento.
B3
Os preços futuros do milho tiveram mais um dia de recuo na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações negativas entre 2,39% e 3,29% ao final da quinta-feira.
O vencimento maio/21 foi cotado à R$ 101,40 com desvalorização de 3,29%, o julho/21 valeu R$ 102,60 com queda de 2,39%, o setembro/21 foi negociado por R$ 99,60 com perda de 2,81% e o novembro/21 teve valor de R$ 100,85 com baixa de 2,80%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, existe uma tendência de acomodação dos preços na B3, mas isso não significa uma debandada de baixas e sim integrar os mais baixos e manter cotações muito boas.
“O milho ficou caro para todo mundo, no Brasil, na China e está ficando inviável para produção de ração, para o mercado do ovo, para os suínos e o trigo está competitivo para fazer ração, deixando uma demanda um pouco mais reprimida neste momento”, diz.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) finalizou as atividades desta quinta-feira com os preços internacionais do milho futuro em campo misto. As principais cotações registraram movimentações entre 1,00 ponto negativo e 15,75 pontos positivos ao término do dia.
O vencimento maio/21 foi cotado à US$ 7,02 com valorização de 15,75 pontos, o julho/21 valeu US$ 6,48 com ganho de 4,25 pontos, o setembro/21 foi negociado por US$ 5,70 com queda de 1,00 ponto e o dezembro/21 teve valor de US$ 5,46 com baixa de 0,25 pontos.
Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última quarta-feira, de 2,33% para o maio/21 e de 0,62% para o julho/21, além de perda de 0,18% para o setembro/21 e de estabilidade para dezembro/21.
Segundo informações do site internacional Successful Farming, na quinta-feira, os mercados agrícolas do CME Group fecharam mistos com os investidores se perguntando em que nível de preço a demanda diminui.
“A extrema volatilidade dos preços dos últimos dias fez com que muitos traders pensassem que acabamos de testemunhar a explosão que é comum quando os mercados fazem movimentos agressivos. Os preços subiram US$ 1,31 e nos perguntamos em que nível de preço vemos a demanda desacelerar”, diz Bob Linneman, da Kluis Advisors.
Ainda nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou o seu relatório semanal de vendas de exportação apontando vendas de 1,074 milhão de toneladas quando as expectativas de comércio giravam entre 500.000 a 1,6 milhão.