A última sexta-feira (15) chegou ao final com os preços do milho pouco movimentados no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas em São Gabriel do Oeste/MS (2,67% e preço de R$ 73,00).
Já as valorizações apareceram nas praças do Oeste da Bahia (0,76% e preço de R$ 66,50), Campinas/SP (1,18% e preço de R$ 86,00) e Palma Sola/SC (1,28% e preço de R$ 79,00).
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, o mercado físico do milho está de lado em boa parte das praças paulistas. “Há disponibilidade do cereal e o produtor tenta cadenciar ao máximo as vendas. Por outro lado, as granjas e a indústrias de consumo evitam formar estoques com preços historicamente altos. Isto tem deixado os negócios travados”.
Ainda nesta sexta-feira, a agência SAFRAS & Mercado divulgou suas novas projeções para a safra de milho do Brasil. Os analistas esperam um total de 113,463 milhões de toneladas no ciclo 2020/21, elevando a projeção anterior que era de 112,865 milhões e a da Conab que é de 102,3 milhões de toneladas.
O principal fator para está expectativa, 6,2% maior do que o registrado na safra passada 2019/20, será um aumento de 14,3% no volume proveniente da segunda safra que devera contribuir com 84,027 milhões de toneladas contra as 73,478 milhões de 19/20.
Já para a primeira safra, a SAFRAS & Mercado espera uma redução de 16,2% frente a temporada anterior, ficando em 19,399 milhões de toneladas.
B3
A Bolsa Brasileira (B3) se manteve com movimentações em campo misto durante toda a sexta-feira para os preços futuros do milho. As principais cotações registraram flutuações entre 0,32% negativo e 0,60% positivo.
O vencimento janeiro/21 foi cotado à R$ 84,16 com queda de 0,11%, o março/21 valeu R$ 88,14 com perda de 0,10%, o maio/21 foi negociado por R$ 84,50 com alta de 0,60% e o julho/21 teve valor de R$ 77,35 com baixa de 0,32%.
Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam valorizações de 1,13% para o janeiro/21, de 2,92% para o março/21, de 4,19% para o maio/21 e de 3,13% para o julho/21 na comparação com a última sexta-feira (08).
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o dólar em alta no Brasil manteve os contratos mais favoráveis na B3 do que em Chicago, com os portos pagando entre R$ 82,00 e R$ 85,00 no milho de curto prazo e de R$ 72,00 a R$ 75,00 no milho do segundo semestre.
Brandalizze alerta, no entanto, que as cotações acima de R$ 90,00 na B3 começam a dar margem negativa para os produtores de suínos e frangos e é preciso começar a olhar por esse lado. “Esses produtores já estão reclamando que o milho está muito caro e começa a inviabilizar o negócio deles”.
O analista da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, também enxerga que os preços do milho maiores do que R$ 90,00 inviabilizam as compras dos setores granjeiros e de ração, mas que um cenário de alta demanda internacional e dificuldades de abastecimento devem absorver o volume brasileiro e não deixar os preços caírem no Brasil.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro também fecharam a sexta-feira em campo misto na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram movimentações entre 3,00 pontos negativos e 1,50 pontos positivos ao final do dia.
O vencimento março/21 foi cotado à US$ 5,31 com baixa de 2,75 pontos, o maio/21 valeu US$ 5,34 com desvalorização de 3,00 pontos, o julho/21 foi negociado por US$ 5,32 com queda de 2,75 pontos e o setembro/21 teve valor de US$ 4,85 com ganho de 1,50 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 0,56% para o março/21, de 0,56% para o maio/21 e de 0,37% para o julho/21, além alta de 0,21% para o setembro/21.
Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam valorizações de 7,06% para o março/21, de 7,44% para o maio/21, de 7,69% para o julho/21 e de 6,36% para o setembro/21 na comparação com a última sexta-feira (08).
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho da Bolsa de Valores de Chicago caíram na sexta-feira, com traders retirando algum dinheiro do mercado depois que os preços das commodities atingiram máximos de vários anos no início da semana.
A publicação destaca que, tanto o milho quanto a soja atingiram suas maiores altas em seis anos e meio esta semana, depois que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reduziu as previsões para o fornecimento de milho e soja nos EUA em dados amplamente seguidos esta semana.
Mas o mercado estava esperando por mais notícias de alta antes de elevar os preços acima desses níveis. “Recuamos dos picos de alta e estamos apenas à deriva”, disse Matthew Wiegand, corretor da FuturesOne.