Ontem, a terça-feira chegou ao final com os preços do milho elevados no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas em Cascavel/PR.
Já as valorizações apareceram nas praças de Rondonópolis/MT, Itiquira/MT, São Gabriel do Oeste/MS e Oeste da Bahia.
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “no mercado físico interno, a cautela continua com o clima e o dólar, visto que as referências nominais do comprador x vendedor tiveram poucas alterações”.
Enquanto isso no Paraná a qualidade das lavouras segue se deteriorando. Em seu relatório semanal, a Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná divulgou, por meio do Departamento de Economia Rural (Deral), apenas 25% das lavouras desta safrinha foram avaliadas como em boas qualidades, com outros 45% em condições médias e 30% ruins.
Diante desta situação, o Sindicato Rural de Pato Branco destaca que o milho enfrentou um grande período de estiagem bem no momento de pendoamento e se algumas precipitações não tivessem acontecido na última semana muitas lavouras iriam ter perda total.
O presidente da entidade, Oradi Caldato, afirma que essa chuva dos últimos dias salvou entre 40 e 50% do milho e que a produtividade esperada já está em apenas 50 sacas por hectare.
B3
Os preços futuros do milho encerram a quarta-feira operando em campo misto na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações entre 0,11% negativo e 0,60% positivo ao final do dia.
O vencimento maio/21 foi cotado à R$ 102,59 com queda de 0,01%, o julho/21 valeu R$ 102,60 com alta de 0,01%, o setembro/21 foi negociado por R$ 99,69 com elevação de 0,60% e o novembro/21 teve valor de R$ 100,00 com perda de 0,11%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o milho continua flutuando entre R$ 100,00 e R$ 105,00 junto às indústrias de ração e o cenário onde o vendedor não quer vender e o comprador não quer comprar segue inalterado.
“O mercado vai de negócios isolados aqui e ali quando algum produtor precisa fazer algum caixa e vende um pouco, mas não tem uma movimentação generalizada. A safra nova também está lenta com os portos em R$ 88,00 pra embarques de setembro à dezembro e sem vendedores nesses patamares”, diz.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) teve mais um dia altista para os preços internacionais do milho futuro. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 2,00 e 11,50 pontos ao final da terça-feira.
O vencimento maio/21 foi cotado à US$ 7,59 com valorização de 11,50 pontos, o julho/21 valeu US$ 7,22 com ganho de 10,50 pontos, o setembro/21 foi negociado por US$ 6,35 com elevação de 6,00 pontos e o dezembro/21 teve valor de US$ 6,11 com alta de 2,00 pontos.
Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última segunda-feira, de 1,47% para o maio/21, de 1,55% para o julho/21, de 0,95% para o setembro/21 e de 0,33% para o dezembro/21.
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho subiram continuamente na terça-feira, na expectativa de que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) cortará os estoques domésticos em seu relatório WASDE amanhã de manhã, o que levou a uma rodada de compras técnicas hoje. O tempo seco no Brasil deu suporte adicional nas sessões recentes.
Antes do relatório WASDE de quarta-feira, os analistas esperam que o USDA corte ainda mais os estoques de milho para 2020/21 de 1,352 bilhão de bushels em abril para 1,275 bilhão de bushels em maio.
“Há muito ruído de fundo que ressaltará o relatório de amanhã. Novas informações serão adicionadas ao relatório mensal e as primeiras estimativas de demanda concretas de 2021/22 serão liberadas para os mercados digerirem o potencial de demanda de novas safras – ou racionamento”, diz Jacquie Holland, analista do mercado de grãos da Farm Futures.
Além disso, exportadores privados relataram outra grande venda de milho para a China na terça-feira. A venda de hoje foi de 26,8 milhões de bushels e será entregue durante a campanha de comercialização de 2021/22, que começa em 1º de setembro.