Ontem, a segunda-feira (05) chegou ao final com os preços do milho subindo no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas em Luís Eduardo Magalhães/BA (1,35% e preço de R$ 73,00).
Já as valorizações apareceram nas praças de Itapetininga/SP (1,06% e preço de R$ 95,00), Ponta Grossa/PR (1,15% e preço de R$ 88,00), Londrina/PR e Cascavel/PR (1,18% e preço de R$ 86,00), São Gabriel do Oeste/MS (1,23% e preço de R$ 82,00), Dourados/MS (2,35% e preço de R$ 87,00), Brasília/DF (2,67% e preço de R$ 77,00) e Amambaí/MS (3,75% e preço de R$ 83,00).
Em seu reporte diário, a Radar Investimentos destacou que, “no Brasil, os negócios seguiram travados e com as atenções voltadas principalmente ao clima e as variações do câmbio”.
De acordo com um levantamento realizado pela SAFRAS & Mercado, a colheita da safra de verão 2020/21 no Brasil de milho atingiu 65,1% da área estimada de 4,353 milhões de hectares até quinta-feira (01).
Os analistas apontaram que os trabalhos de colheita atingiram 86,8% no Rio Grande do Sul, 74,3% em Santa Catarina, 83,9% no Paraná, 71,4% em São Paulo, 55,2% em Mato Grosso do Sul, 39,8% em Goiás/Distrito Federal, 29,9% em Minas Gerais e 44,5% em Mato Grosso.
No mesmo período do ano passado, a colheita atingia 68,1% da área estimada de 4,119 milhões de hectares da safra verão 2019/20. A média de colheita nos últimos cinco anos para o período é de 67,3%.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou seu boletim semanal apontando que, apesar do bom andamento da colheita da safra de verão, o mês de março foi marcado por seguidas renovações dos preços recordes do milho em muitas regiões acompanhadas pelo Cepea.
“O impulso veio da disponibilidade restrita do cereal no spot e de incertezas quanto à produtividade das lavouras de segunda safra. No final do mês, as altas nos preços internacionais mantiveram elevada a paridade de exportação, o que também sustentou os valores no Brasil”.
No dia 31 de março, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) fechou a R$ 93,71/sc de 60 kg, acumulando forte aumento de 9,72% no mês.
B3
Os preços futuros do milho começaram a semana subindo na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registravam movimentações positivas entre 1,65% e 2,02% ao final da segunda-feira.
O vencimento maio/21 foi cotado à R$ 99,11 com alta de 1,65%, o julho/21 valeu R$ 94,30 com elevação de 1,84%, o setembro/21 foi negociado por R$ 88,45 com valorização de 2,02% e o novembro/21 teve valor de R$ 88,95 com ganho de 1,66%.
A Radar Investimentos aponta que, os futuros do milho no Brasil estão em alta digerindo os dados de estoques do cereal e das lavouras norte-americanas divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a safrinha brasileira ainda está indefinida após um plantio realizado muito tarde e com as lavouras em fase de risco. “Algumas regiões estão com pouca chuva e isso já começa a comprometer alguma coisa”.
Brandalizze destaca que há um recorde de área plantada, mas não se sabe o quanto será colhido. “Temos uma demanda muito apertada até o meio do ano perante a oferta e as perdas da primeira safra. Os consumidores são obrigados a pagar mais nesse milho”, aponta.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) registrou movimentações em campo misto para os preços internacionais do milho futuro nesta segunda-feira. As principais cotações contabilizaram flutuações entre 6,50 pontos negativos e 4,00 pontos positivos ao final do dia.
O vencimento maio/21 foi cotado à US$ 5,53 com desvalorização de 6,50 pontos, o julho/21 valeu US$ 5,39 com perda de 6,00 pontos, o setembro/21 foi negociado por US$ 5,02 com elevação de 1,50 pontos e o dezembro/21 teve valor de US$ 4,88 com valorização de 4,00 pontos.
Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 1,07% para o maio/21 e de 1,10% para o julho/21, além de altas de 0,20% para o setembro/21 e de 0,83% para o dezembro/21.
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho caíram no meio da manhã e não conseguiram encontrar tração muito positiva no fechamento, após uma rodada de vendas técnicas na segunda-feira.
“A pressão de plantio tanto nos Estados Unidos quanto para a segunda safra de milho do Brasil pode tornar os ganhos de curto prazo uma batalha difícil, sem que alguns fundamentos de demanda mais otimistas surjam no futuro próximo”, destaca a publicação.