Ontem, a segunda-feira (10) chegou ao final com os preços do milho mais altos no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas em Palma Sola/SC e Cascavel/PR.
Já as valorizações apareceram nas praças de Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Rondonópolis/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Amambai/MS, Oeste da Bahia, Luís Eduardo Magalhães/BA, Itapetinga/SP e Campinas/SP.
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “a semana anterior foi de cotações firmes no mercado físico paulista, com ofertas nominais e preocupações em relação ao clima em alguns estados produtores, como o Paraná”.
A análise da Agrifatto Consultoria destacou que “a oferta restrita do cereal se sobrepõe à proximidade do início da colheita do milho segunda safra, essa tensão sobre a oferta eleva o preço da saca do milho em Campinas para R$ 101,00”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que “na semana passada, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas/SP) do milho atingiu a marca histórica de R$ 100/saca de 60 kg – novo recorde real da série histórica do Cepea. “A baixa oferta do cereal no mercado spot nacional é o principal fator de sustentação”.
Segundo pesquisadores do Cepea, apesar de a colheita da safra verão estar na reta final, muitos produtores estão afastados das vendas, preocupados com o desenvolvimento das lavouras de segunda temporada, que pode ser prejudicada pelo clima seco.
Já compradores mostram necessidade de recompor estoques. No Paraná, a disputa pelo grão está acirrada, e colaboradores do Cepea indicam que, em alguns casos, as intenções de venda atingem R$ 110/sc.
B3
Os preços futuros do milho operaram em campo misto na maior parte da segunda-feira, mas encerram o dia recuando na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações negativas entre 0,83% e 1,25% ao final do dia.
O vencimento maio/21 foi cotado à R$ 102,60 com estabilidade, o julho/21 valeu R$ 102,59 com queda de 0,99%, o setembro/21 foi negociado por R$ 99,10 com desvalorização de 1,25% e o novembro teve valor de R$ 100,11 com baixa de 0,83%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 segue refletindo que o consumidor brasileiro não pode pagar mais e, há praticamente um mês da colheita da safrinha, o consumidor prefere esperar.
“Temos perdas grandes que ninguém contesta, mas mesmo assim será uma safra grande porque plantamos um recorde de área e muitas localidades ainda estão em condições normais. Nós vamos ter uma demanda no segundo semestre de 40 milhões de toneladas, se nós colhermos 75 milhões ainda sobrariam 35 milhões para exportar, então não vai faltar milho”, pontua o analista.
Brandalizze destaca ainda que “muita gente fala não venda nada do milho, colha e não venda nada porque não vai ter milho, mas temos uma safrinha no campo. Se a seca continuar nós vamos perder mais, mas de qualquer forma será mias do que o consumido aqui dentro”.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) registrou reduções para os preços internacionais do milho futuro nesta segunda-feira. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 20,50 e 27,25 pontos ao final do dia.
O vencimento maio/21 foi cotado à US$ 7,48 com queda de 24,65 pontos, o julho/21 valeu US$ 7,11 com baixa de 20,50 pontos, o setembro/21 foi negociado por US$ 6,29 com perda de 25,75 pontos e o dezembro teve valor de US$ 6,09 com desvalorização de 27,25 pontos.
Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última sexta-feira, de 3,11% para o maio/21, de 2,87% para o julho/21, de 3,82% para o setembro/21 e de 4,25% para o dezembro/21.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho de Chicago caíram na segunda-feira, parando depois de subir para máximas de oito anos na semana passada, com os comerciantes se concentrando no próximo relatório de oferta-demanda mundial do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para uma nova direção de preço.
A publicação destaca que, depois que o milho da CBOT atingiu seu nível mais alto desde março de 2013 na sexta-feira, o mercado recuou, com chuvas em todo o meio-oeste dos Estados Unidos e o forte progresso do plantio aumentando a pressão, disseram os traders.
“No geral, o progresso do plantio é bastante decente”, disse Tom Fritz, corretor de commodities do EFG Group, observando que fortes chuvas no cinturão de milho oriental podem retardar o plantio.