Ontem, a terça-feira (15) chegou ao final com os preços do milho acumulando perdas em muitas regiões no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas valorizações em nenhuma das praças.
Já as desvalorizações apareceram em Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Castro/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Brasília/DF, Dourados/MS, Eldorado/MS e Cândido Mota/SP.
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “os primeiros lotes da safrinha começam a chegar ao mercado, mas com volume pouco relevante neste primeiro momento”.
A análise da Agrifatto Consultoria acrescenta ainda que, “as melhores condições climáticas em regiões produtoras de milho nos Estados Unidos ajudaram a pressionar o preço para baixo, que no mercado físico negocia a saca na casa dos R$ 94,00 em Campinas/SP”.
Enquanto isso, no Mato Grosso, 1,94% dos 5,68 milhões de hectares cultivados de milho foram colhidos no estado, patamar inferior ao registrado no mesmo período da safra passada (8,48 pontos percentuais a menos) e da média das últimas cinco safras (6,37 pontos percentuais a menos).
“O atraso na semeadura do milho postergou a colheita do cereal, como já era aguardado”, explica o Imea.
Já a comercialização desta safra avançou para 77,34%, um aumento de 3,54 pontos percentuais em relação ao último mês. O preço médio das vendas foi indicado em R$ 70,26 a saca.
“O que pautou, em grande parte, o ajuste no volume comercializado foi a redução na produção esperada para a safra e não de fato novas vendas do cereal, uma vez que os produtores seguem retraídos e aguardam o progresso da colheita para tomada de novas decisões”, aponta o Imea.
No Paraná a colheita da segunda safra de milho permanece em 1%. Das lavouras ainda em campo, 13% avançaram para fase de maturação, 67% estão em frutificação, 19% em floração e apenas 1% ainda está em descanso vegetativo.
B3
Os preços futuros do milho acumularam novas perdas na Bolsa Brasileira (B3) nesta terça-feira. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 1,43% e 2,28% ao final do dia.
O julho/21 foi cotado à R$ 88,70 com baixa de 1,51%, o setembro/21 valeu R$ 89,80 com queda de 1,43%, o novembro/21 foi negociado por R$ 90,58 com desvalorização de 2,28% e o janeiro/22 teve valor de R$ 92,25 com perda de 2,07%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado interno segue quase sem negócios com todo mundo esperando pela safrinha, que está começando a ser colhida, ainda com dúvidas sobre o real tamanho desta produção.
“Hoje já se fala de R$ 88,00 a R$ 92,00 nas indústrias de ração com o mercado um pouco mais fraco e recuando frente a semana passada”, destaca Brandalizze.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) operou em grande parte do dia com quedas para os preços internacionais do milho futuro, mas encerrou a terça-feira em campo misto. As principais cotações registraram movimentações entre 7,50 pontos negativos e 8,25 pontos positivos ao final do dia.
O julho/21 foi cotado à US$ 6,67 com ganho de 8,25 pontos, o setembro/21 valeu US$ 5,91 com baixa de 6,75 pontos, o dezembro/21 foi negociado por US$ 5,73 com desvalorização de 7,50 pontos e o março/22 teve valor de US$ 5,80 com perda de 7,25 pontos.
Esses índices representaram alta, com relação ao fechamento da última segunda-feira, de 1,21% para o julho/21, além de quedas de 1,17% para o setembro/21, de 1,38% para o dezembro/21 e de 1,36% para o março/22.
Segundo informações da Agência Reuters, as previsões para condições mais frias e úmidas no final deste mês pressionaram os futuros do milho nova safra na Chicago Board of Trade (CBOT), embora o milho do mês de julho tenha ganhado contra os meses anteriores nos spreads.
“Estamos vendo vendas contínuas com a melhora do clima. As temperaturas estavam um pouco mais frias do que o previsto no dia anterior”, disse Terry Reilly, analista sênior da Futures International.
Julie Ingwersen, da Reuters Chicago, aponta que, as expectativas de que a umidade aumentaria as perspectivas da safra ajudaram a ofuscar uma queda nas avaliações semanais das condições da safra nos EUA para os contratos do segundo semestre.
O USDA Departamento de Agricultura dos EUA na noite de segunda-feira classificou 68% da safra de milho dos EUA como boa a excelente, quatro pontos abaixo da semana anterior, e 62% da safra de soja como boa a excelente, uma queda de cinco pontos.
“Embora as classificações tenham caído, provavelmente vão melhorar em algumas semanas, porque devemos chover”, disse Jack Scoville, analista do Price Futures Group.