A grande pergunta que todos se fazem nesse momento, com preços altos e demanda forte, é se vale a pena segurar o milho nas circunstâncias atuais. Nos preços atuais, ao redor de R$ 90,00/saca (preços de balcão) para os agricultores na Região Sul, já há um lucro embutido ao redor de 34,75%, que é “considerável se comparado a qualquer outro ano ou qualquer outro ramo da economia”, aponta a TF Consultoria Agroeconômica.
“O custo de carregamento da posição registra que, para você ter um preço igual [ao que obtém agora em julho], o preço teria que chegar a R$ 103 (outubro) e R$ 105 (novembro). Para ter valido a pena, o preço terá que chegar nos mesmos valores de julho, mais os custos de armazenagem e custo financeiro até cada um dos meses citados”, ressaltam os analistas de mercado.
De acordo com a TF, se você “tivesse vendido seu milho em julho, logo depois de colher, não teria custos de armazenagem (que cooperativas e cerealistas cobram de você mesmo não constante na nota fiscal, mas abatendo no preço que oferecem), mais os ganhos financeiros que você obteria aplicando o dinheiro neste período”.
“Mesmo que o número do preço suba para os próximos meses, não significa necessariamente que você esteja ganhando dinheiro e que tenha valido a pena você ter guardado o milho. Mas, e se o preço subir? Ele vai subir, mas valerá a pena? Vale a pena arriscar o seu lucro garantido de 34,75% diante da possibilidade de uma alta do mercado maior? Se você acha que vale a pena, que o mercado subirá acima disto (mas, prove por quê!) então não venda. Se você é uma pessoa prudente, que não se deixa levar pelo impulso, talvez seja hora de ir vendendo aos poucos o que colher”, concluem os especialistas.