Ontem, quarta-feira (17) os preços futuros do milho retornaram da parada para o período de Carnaval subindo na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 1,01% e 1,74% ao final do dia.
O vencimento março/21 foi cotado à R$ 87,00 com elevação de 1,45%, o maio/21 valeu R$ 85,05 com alta de 1,01%, o julho/21 foi negociado por R$ 79,15 com valorização de 1,74% e o setembro/21 teve valor de R$ 76,36 com ganho de 1,07%.
Para o analista da SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, espera que o mercado brasileiro de milho siga operando com movimentação calma nos negócios e com a atenção dos produtores no cultivo da safrinha.
“O mercado brasileiro de milho encerrou a semana apresentando inexpressiva fluidez dos negócios, e preços estáveis. Resta saber qual vai ser o apetite de compra entre os consumidores no retorno aos negócios. Outro aspecto que precisa ser considerado é o atraso do plantio da safrinha, aumentando o risco climático”, indica.
Mercado Físico
Já no mercado físico brasileiro, a quarta-feira se encerrou com leves altas para os preços do milho. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas em Amambaí/MS (1,37% e preço de R$ 72,00).
Já as valorizações apareceram nas praças de Pato Branco/PR (1,36% e preço de R$ 74,70), Ubiratã/PR, Londrina/PR e Marechal Cândido Rondon/PR (1,39% e preço de R$ 73,00) e Eldorado/MS (1,45% e preço de R$ 70,00).
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, o mercado físico do milho teve poucas alterações, enquanto o plantio da safrinha alcança cerca de 11% da área estimada até a última quinta-feira (11), conforme dados da AgRural.
Para a SAFRAS & Mercado, a colheita da safra de verão 2020/21 no Brasil de milho atingia 23,4% da área estimada de 3,953 milhões de hectares até sexta-feira (12). No mesmo período do ano passado, a colheita atingia 25,7% da área estimada de 4,119 milhões de hectares da safra verão 2019/20. A média de colheita nos últimos cinco anos para o período é de 22,7%.
Ainda nesta quarta-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que o ritmo de negócios envolvendo milho está lento no mercado brasileiro, segundo indicam pesquisas do Cepea.
“Produtores estão atentos aos trabalhos de campo e ao desenvolvimento da safra de verão 2020/21. Diante disso, muitos vendedores estão afastados do spot – apenas alguns agentes tentam negociar os lotes finais de 2019/20. Compradores, por sua vez, estão resistentes em negociar nos atuais patamares de preços”.
A publicação destaca ainda que, na semana passada, as desvalorizações externa e do câmbio pressionaram as cotações nos portos e, consequentemente, em muitas praças acompanhadas pelo Cepea. Apesar disso, as médias da parcial de fevereiro ainda estão bem acima das verificadas no mesmo mês de 2020.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) registrou poucas movimentações para os preços internacionais do milho futuro ao longo de toda a quarta-feira. As principais cotações contabilizaram flutuações entre 0,25 e 2,25 pontos negativos ao final do dia.
O vencimento março/21 foi cotado à US$ 5,53 com alta de 0,75 pontos, o maio/21 valeu US$ 5,50 com elevação de 1,00 ponto, o julho/21 foi negociado por US$ 5,40 com valorização de 2,25 pontos e o setembro/21 teve valor de US$ 4,83 com ganho de 0,25 pontos.
Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última terça-feira de 0,18% para o março/21, de 0,18% para o maio/21 e de 0,37% para o julho/21, além de estabilidade para o setembro/21.
Segundo informações do site internacional Successful Farming, os mercados em Chicago estiveram levemente mais altos para os futuros do milho nesta quarta-feira enquanto os investidores aguardam a divulgação da projeção de área cultivada desta semana pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unid0s).
“Os danos à safra de trigo de inverno resultarão em mais hectares de milho e sorgo nas planícies do sul. A área tem umidade superficial muito curta, mas boa umidade do subsolo. Os agricultores irão arar sob o trigo de inverno, depois plantar e rezar para que chova. Também é preciso acompanhar o que o USDA indica para a área plantada e os rendimentos em suas projeções na conferência Outlook do USDA no final desta semana”, aponta Al Kluis da Kluis Advisors.