Após um mês da nova rodada de isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) para importação de milho e produtos do complexo soja de fora do Mercosul, o setor de proteína animal segue com pedidos junto ao Governo Federal para outras medidas de amparo. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, “não temos mais como aguentar” segurar os altos custos de produção.
Ele explica que desde o dia 19 de abril, quando a nova rodada de isenção passou a valer, ainda não houve importação destes insumos de fora do Mercosul, e ressalta que a medida, ainda que não torne a importação imediatamente viável, traz uma alternativa ao setor de proteínas animais.
“Enquanto isso, algumas regiões já importam da Argentina e do Paraguai, e não só milho e soja, mas também o trigo, que entra como alternativa na composição da ração dos animais”, disse.
Com os preços dos insumos em alta e das proteínas em queda, Santin afirma que não há mais como produtores e agroindústrias absorverem ainda mais o impacto, e que se algo não for feito para “regular este movimento especulativo dos grãos”, inevitavelmente isso vai impactar a mesa do brasileiro.
“Já tem frigoríficos demitindo gente, dando férias coletivas, granjas de aves diminuindo os alojamentos ou memso fechando as portas e vendendo os animais”, apontou.
A ABPA solicitou, por meio de ofício enviado no início deste mês, uma reunião com a ministra de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e o presidente Jair Bolsonaro para reforçar o pedido de outras medidas de apoio, como a isenção temporária de PIS/Cofins para importação de insumos por empresas que estão fora do sistema drawback e para transações de grãos interestaduais, aprovação de importação de milho geneticamente modificado dos Estados Unidos para fabricação de rações, aumento na capacidade de armazenamento e de área de plantio de grãos, entre outras.
“Essas medidas precisam ser apreciadas com urgência, porque a situação logo poderá impactar a comida na mesa do brasileiro”.