Adotada também em outubro do ano passado, a suspensão das tarifas de importação de soja e milho de países de fora do Mercosul não resultou nas quedas de preços esperadas pelo governo e, com isso, não deu alívio aos custos de produção da indústria brasileira de aves e suínos.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), de outubro a dezembro do ano passado as importações de milho do país somaram 646,3 mil toneladas, e apenas 51 vieram de fora do bloco sul-americano, da África do Sul – a maior parte do volume foi comprada na Argentina e no Paraguai, já tradicionais fornecedores sobretudo de empresas instaladas na região Sul do Brasil.
De janeiro a março, foram importadas mais 567,2 mil toneladas do cereal, e praticamente todo o volume veio do Paraguai – 100 toneladas foram importadas da África do Sul e 8 dos EUA.
No caso da soja, as importações brasileiras alcançaram 460,3 mil toneladas entre outubro e dezembro, período em que a Tarifa Externa Comum (TEC) permaneceu zerada. De fora do Mercosul vieram cargas da Bolívia (3,4 mil toneladas), da Alemanha (166), dos EUA (9,9) e dos Países Baixos (13,6) – neste último caso, provavelmente em cargas inicialmente programadas para serem vendidas em países da União Europeia.
Em janeiro, as importações da oleaginosa atingiram 123,3 mil toneladas, mas também praticamente tudo de Argentina e Paraguai.
Os volumes totais de importações estão entre os maiores da história, mas, segundo analistas, por causa dos fretes é difícil encontrar em outros países grãos mais competitivos que no Mercosul.