Acredita-se no Chile que mais de 1.500 leões marinhos tenham morrido de gripe aviária H5N1, um aumento de mais de 180% em menos de duas semanas, segundo dados do governo. Isso ocorre em meio à crescente preocupação com o vírus.
Segundo o Serviço Nacional de Pesca e Aquicultura neste ano, até agora, pelo menos 1.535 leões-marinhos foram encontrados mortos, um aumento significativo desde meados de março, quando 532 leões-marinhos morreram.
Somente na sexta-feira (31), mais de 70 leões marinhos morreram na Ilha de Santa Maria, uma ilha pouco povoada a cerca de 42 quilômetros a sudoeste de Concepción.
Além dos leões marinhos, mais de 730 pinguins de Humboldt e 8 lontras marinhas foram encontrados mortos até agora neste ano. A maioria dos achados ocorreu em Arica e Parinacota, no norte do Chile.
“Isso mostra claramente que estamos diante de uma situação anormal e que atribuímos ao fenômeno da gripe aviária de alta patogenicidade”, disse Maria Soledad Tapia Almonacid, chefe do serviço de aquicultura.
O aumento acentuado coincide com o primeiro caso humano de gripe aviária H5N1 no país, relatado no norte do Chile no início da semana passada . O homem de 53 anos, da cidade costeira de Tocopilla, permanece em estado crítico, mas estável. Ainda não se sabe como ele foi infectado pelo vírus.
Os leões-marinhos foram atingidos de forma incomum na América do Sul. Cerca de 3.500 leões marinhos no Peru, que fica próximo ao Chile, também morreram de gripe aviária, aumentando a possibilidade de transmissão de mamífero para mamífero.
A disseminação global do clado 2.3.4.4b do H5N1 – e a recente disseminação para um número crescente de mamíferos – levantou preocupações sobre a possibilidade de uma variante futura que poderia levar à transmissão entre humanos. Até agora, apenas alguns casos foram encontrados em humanos após contato com aves infectadas.
“A situação global do H5N1 é preocupante, dada a ampla disseminação do vírus em aves em todo o mundo e os crescentes relatos de casos em mamíferos, inclusive em humanos”, disse a Dra. Sylvie Briand, funcionária da OMS, em 24 de fevereiro. O risco desse vírus é sério e pede maior vigilância de todos os países.”