“A capacidade do Brasil se fragilizou com a dificuldade de outros países para os quais exporta muitas commodities”, respondeu ao Valor o economista-chefe Robert Koopman. “As exportações agrícolas melhoraram globalmente no ano passado, mas as exportações de outros produtos para manufaturados diminuíram. Há recuperação, mas não como antes.”
Para este ano, a OMC projeta para a América do Sul o crescimento mais fraco das exportações, entre todas as regiões. Devem crescer apenas 3,2%, abaixo dos 5,4% estimados em outubro. No ano passado, as exportações caíram 4,5% – a projeção era de queda de 7,2%. Na região, o Brasil tem o peso maior.
Para Coleman Nee, um dos autores das projeções da OMC, a retomada fraca das exportações sul-americanas neste ano tem a ver com a menor demanda global por produtos de energia.
No ano passado, o Brasil saiu-se melhor que esperado no comércio e ganhou uma posição, para 26ª, entre os maiores exportadores.
Em meio à recessão, o país perdeu uma posição e ficou em 29º no ranking dos maiores importadores de mercadorias, com queda de 10% nas compras. A fatia brasileira nas importações globais caiu para 0,9%, ante 1,0% no ano anterior.
No comércio de serviços, o Brasil melhorou uma posição, para 23ª, como importador, com 1% do total global, apesar de ter comprado 31% a menos em 2020. Já na venda de serviços, o país não aparece entre os principais. Exportou US$ 28 bilhões, ou 0,7% do total mundial, com queda de 17%.