Nos últimos anos, o Brasil aumentou consideravelmente a sua capacidade de realizar o mapeamento das áreas cultivadas. Enquanto em 2019 esse número era de 656,7 mil hectares, em 2021, ele passou para 17,5 milhões de ha. Entre as razões para este avanço, está o uso de novas tecnologias na realização deste trabalho.
Este mapeamento, de responsabilidade da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é realizado por meio de sensoriamento remoto. O objetivo é contribuir com a estimativa de área e de produtividade, oferecendo informações precisas sobre a distribuição geográfica em cada estado.
O resultado deste trabalho serve como auxílio na análise da informação declarada. Na estimativa de produtividade, o conhecimento da localização das áreas de cultivo permite o monitoramento das áreas produtivas através de parâmetros agrometeorológicos. Isso auxilia na geração de indicativos mais precisos sobre a previsão de rendimento das lavouras, por exemplo.
Todos os dados apurados são publicados pela Conab, mensalmente, no Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA). O estudo é resultado da parceria entre a Conab, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Grupo de Monitoramento Global da Agricultura (Glam).
Por meio deste boletim, a Conab publica informações sobre as condições agrometeorológicas e o comportamento das lavouras em imagens de satélites e no campo. Essas informações auxiliam a realização das estimativas de safra realizadas pela Companhia, todos os meses.
Referência – A expertise da Conab tornou-a uma referência no setor. Tanto que, na terça-feira (24), representantes da empresa foram convidados para participar do evento “Agro: tecnologias e aplicações espaciais”, promovido pela Agência Espacial Brasileira. O objetivo foi contribuir com o tema, apresentando estudos de casos e soluções inovadoras que a Companhia utiliza. O seminário ocorreu no auditório do SESI/SENAI em Cuiabá, Mato Grosso.
O encontro também foi uma oportunidade dos técnicos da Conab enumerarem as principais oportunidades e desafios para este segmento. Entre elas foram citadas: a diversidade de cultivos e tecnologia de manejo, a necessidade de treinamento constante da equipe, a concentração do calendário de cultivos anuais, como a soja e o milho, para deslocamento em campo, a equipe reduzida com experiência para o processamento e a análise de dados.