O impacto da operação tartaruga da Receita Federal nas aduanas é cada vez maior na economia como um todo, segundo a Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Brasil (Cisbra). A entidade alerta que empresas de diversos setores estão sofrendo com o atraso causado na liberação de cerca de 4% das importações escolhidas aleatoriamente para passarem pelo canal vermelho, uma fiscalização mais rígida que costuma ser de 3 a 5 dias e, com a greve, pode demorar até 20 dias.
Segundo o diretor de Comércio Exterior da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços no Brasil (Cisbra), Arno Gleisner, a demora provoca uma fila de cargas à espera de liberação, em especial nas aduanas de Foz do Iguaçu, no Paraná, e Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, que estão entre as maiores do Brasil em número de processos.
“São casos localizados, mas muito pesados para as empresas atingidas. Os custos, diretos ou indiretos, são muito significativos, aumentando ainda mais o custo Brasil, e alguns totalmente irreversíveis”, pontua Gleisner. O gestor ainda lembra que as empresas atingidas podem estar diretamente envolvidas no desembaraço, ou necessitando das mercadorias para um processo produtivo ou ainda para atender as necessidades dos consumidores. “Nos próximos dias é muito provável que vejamos ausências de produtos de diversas cadeias produtivas, especialmente em regiões com logística mais complicada”, adverte.
Em relação ao pleito dos auditores fiscais, o diretor da Cisbra lembra a desigualdade entre profissionais do próprio serviço público e, principalmente, com os da iniciativa privada. “Os rendimentos de algumas categorias do funcionalismo são muito maiores, além de privilégios como a estabilidade no emprego, quando comparados aos da área privada. Portanto, as autoridades precisam ser justas e rigorosas para enfrentar esse movimento”, conclui.