Dentro do prometido, a ASGAV e o SIPARGS divulgaram ontem (20) um balanço preliminar das perdas enfrentadas pela avicultura gaúcha em decorrência dos eventos climáticos extremos que atingem o Estado desde o final de abril.
Representadas pela Organização Avícola do Rio Grande do Sul (O.A.RS), as duas entidades estimaram, pelos dados levantados até ontem, 20 de maio, perdas próximas de R$183 milhões (demonstrativo abaixo).
Conforme o comunicado expedido, os valores apurados têm como fonte de informação empresas e produtores atingidos pelos fenômenos climáticos. Envolvem, primordialmente, as perdas nas criações de frangos e poedeiras.
Reconstruir, reequipar, repovoar. Pelos dados divulgados fica claro que a normalização plena da avicultura gaúcha é questão de médio e longo prazos. Pois as perdas não ficaram restritas às criações comerciais de frangos e poedeiras. Atingiram também a área de genética, o que envolveu material de reprodução, como avós e matrizes, além de ovos férteis em estoque e/ou incubação e a produção de pintos (comerciais e reprodutores) de corte e de postura.
No que se refere às estruturas, as informações de perdas – parciais e/ou totais – tomam como base os danos envolvendo aviários e seus equipamentos (bebedouros, comedouros ninhos, silos, etc.), fábricas de ração inundadas, indústrias de processamento com destruição de maquinário e demais equipamentos e, entre outros, quatro abatedouros frigoríficos paralisados (com danos totais ou parciais em equipamentos, motores, rede elétrica, tubulação, geradores e caixas d’água).
Entre outros prejuízos estão arrolados os de liquidez, devido à inadimplência de clientes – como minimercados, mercados e supermercados – atingidos pelas enchentes e que perderam instalações e estoques. “Sem condições de operacionalidade no curto prazo, não conseguirão honrar suas dívidas”, observa o comunicado.
Também é ressaltado que o faturamento das indústrias sofrerá impacto em função da perda de veículos, caminhões, estoques de embalagens, estoques de ração, etc.
Por fim é lembrado que outro fator gerador de prejuízos para produtores e indústrias atingidos são os resultados zootécnicos no frango de corte: a conversão alimentar deve piorar (exigindo maior disponibilidade de ração para a produção do mesmo volume de carne) e a mortalidade tende a aumentar.
Conforme ASGAV e SIPARGS, o levantamento atual ainda é parcial, pois continuam sendo levantados os prejuízos enfrentados por algumas indústrias e produtores. Os resultados serão divulgados o mais breve possível, de forma a se dispor de um panorama geral da destruição enfrentada.
A nota é encerrada com a observação de que a situação requer a máxima atenção não só das autoridades governamentais, mas também de bancos e de outras instituições, pois produtores e indústrias afetadas necessitam e necessitarão de recursos emergenciais com agilidade e sem excesso de burocracia ou entraves que podem inviabilizar muitas atividades rurais e afetar a geração de empregos e a produção de alimentos.