Os prejuízos para a agropecuária decorrentes das enchentes no Rio Grande do Sul já alcançam R$ 1,71 bilhão, estimou na sexta-feira (10/5) a Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Trata-se do segmento da economia mais afetado no setor privado. Ao todo, os danos financeiros para os gaúchos superam R$ 8 bilhões.
A entidade, que acompanha diariamente a situação, reforçou, em nota, que os dados são parciais, uma vez que as gestões locais enfrentam dificuldades para inserir as informações nos sistemas. Até as 14 horas de sexta-feira, havia registro de R$ 1,1 bilhão em perdas na agricultura e de R$ 61 milhões na pecuária do Estado, devido aos temporais que ocorrem desde o fim de abril.
O Rio Grande do Sul estava em período de colheita da soja e milho primeira safra. O Estado ainda representa em torno de 11% da produção nacional de frango e quase 20% dos suínos. Cerca de dez unidades frigoríficas chegaram a ficar paralisadas ou com atividade reduzida desde a semana passada, conforme associações locais.
Há também informação de que 15 mil porcos foram mortos pelas enchentes somente na região do Vale do Taquari. “São 437 municípios afetados, segundo a Defesa Civil Estadual. Destes, 397 municípios foram reconhecidos pelo governo federal em estado de calamidade pública, por rito sumário”, ressaltou a CNM.
Dos R$ 8 bilhões em prejuízos, cerca de R$ 2 bilhões são no setor público, R$ 1,5 bilhão no setor privado e a maioria, por enquanto, referem-se ao setor habitacional, com R$ 4,4 bilhões, sendo 92,3 mil casas danificadas ou destruídas.
A tragédia também soma 143 mortes confirmadas, 125 desaparecidos, 81,2 mil desabrigados, 537 mil desalojados, 8,7 mil feridos e enfermos, totalizando 1,9 milhão de pessoas afetadas.