A Polônia – maior produtor europeu de carne de frango – está tomando medidas significativas para combater a atual crise de gripe aviária e evitar o embargo de seus produtos avícolas. Acaba de apresentar um plano detalhado de 14 pontos à Comissão Europeia (CE) com o objetivo de conter o número alarmante de surtos dentro de suas fronteiras. Até o momento, a Polônia relatou quase 80 casos confirmados, o maior número da União Europeia, gerando preocupações na alta cúpula da UE sobre a possibilidade de restrições mais amplas.
Em 15 de abril de 2025, a porta-voz da Comissão Europeia, Eva Hrnczirzova, anunciou que a Comissão havia se envolvido em uma reunião técnica construtiva com as autoridades polonesas sobre medidas nacionais de emergência. Após esse diálogo, a CE reconheceu as ações propostas pela Polônia, em particular aquelas voltadas para as regiões de Mazóvia e Wielkopolska, e confirmou que nenhuma restrição adicional em toda a UE será implementada neste momento.
O Ministro da Agricultura, Robert Siekierski, enfatizou a importância do plano de 14 pontos, que inclui medidas rigorosas de biossegurança e ajustes nas práticas agrícolas, visando mitigar o risco de novos surtos. “Esta proposta foi desenvolvida em colaboração com produtores de aves organizados na Câmara Nacional de Avicultura e foi aceita pela Inspeção Veterinária”, afirmou, destacando o esforço colaborativo por trás da iniciativa.
O plano descreve diversas ações importantes, incluindo a extensão dos intervalos entre os ciclos reprodutivos e o aumento do tamanho das zonas de risco em torno de surtos confirmados. Especificamente, a área de risco será ampliada em mais cinco quilômetros, em comparação com os atuais sete quilômetros, sempre que um caso for confirmado. Essas medidas visam fortalecer os protocolos de biossegurança e garantir que as práticas de avicultura estejam em conformidade com os padrões de segurança sanitária.
Apesar das medidas proativas propostas, a Comissão Europeia observou que a Polônia não está cumprindo integralmente as normas de biossegurança vigentes, o que contribuiu para a persistência de novos surtos. Essa situação gerou alarmes, já que quase 200 casos de gripe aviária foram relatados em toda a UE, sendo a Polônia responsável por uma parcela significativa.
Segundo Siekierski, o setor avícola está se preparando para potenciais impactos nos preços dos ovos devido à situação da gripe aviária, que já causou um aumento sazonal nos custos. Ele tranquilizou os consumidores, afirmando: “Embora os preços tenham subido, trata-se de um aumento sazonal, não indicativo de uma tendência permanente. A Polônia continua sendo um importante produtor de aves, com um mercado de exportação de ovos robusto, garantindo um fornecimento estável para os consumidores.” Ele também mencionou que os preços devem ser ajustados após os feriados de Páscoa.
A indústria avícola expressou otimismo em relação às medidas que estão sendo implementadas. Paweł Podstawka, presidente da Federação Nacional de Criadores de Frango e Produtores de Ovos, caracterizou a aceitação dos planos de controle da gripe aviária pela CE como uma vitória para a indústria. Ele observou: “Preparamos um pacote coeso de ações que considera as realidades da criação, a segurança alimentar e a necessidade de combater as doenças avícolas. Este é um sucesso coletivo, que demonstra o valor de unir especialistas, criadores e representantes governamentais para defender nossos interesses.”
Na sequência destes desenvolvimentos, a CE comprometeu-se a monitorar de perto a situação para evitar novos surtos. Caso surjam novos casos, serão necessárias novas discussões para determinar os próximos passos. A decisão da Comissão de renunciar às restrições imediatas reflete a sua vontade de trabalhar em colaboração com a Polônia para enfrentar a crise da gripe aviária.
Com a aproximação dos meses mais quentes, as preocupações com a reemissão do vírus permanecem. Especialistas observaram que o vírus é mais ativo durante o outono e o inverno, e quaisquer mudanças nos padrões climáticos podem influenciar sua disseminação. O setor avícola está, portanto, em alerta máximo, pronto para se adaptar a qualquer evolução das circunstâncias.
De modo geral, os esforços de cooperação entre as autoridades polonesas e a indústria avícola visam proteger tanto a saúde pública quanto a viabilidade econômica da avicultura na Polônia. A implementação dessas medidas é considerada crucial para prevenir futuros surtos e manter a integridade da cadeia de suprimentos avícola.