Ontem, a terça-feira (02) chegou ao final com os preços do milho pouco modificados no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas valorizações apenas em Não-Me-Toque/RS (1,27% e preço de R$ 80,00) e Amambaí/MS (1,39% e preço de R$ 73,00).
Já as desvalorizações apareceram apenas nas praças do Oeste da Bahia (0,74% e preço de R$ 67,50), Porto Paranaguá/PR (1,22% e preço de R$ 81,00) e Luís Eduardo Magalhães/BA (1,49% e preço de R$ 66,00).
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “houve volatilidade no Brasil em função da possibilidade da greve dos caminhoneiros, mas não houve força para tal movimento, o que trouxe alívio por parte dos consumidores. Com o risco climático menor, as atenções se voltam para o dólar”.
O Paraná segue com apenas 1% da sua segunda safra de milho plantada enquanto a colheita da safra verão chegou a 2% do total cultivado. Nas duas safras as condições das lavouras foram rebaixadas pelos técnicos do Deral (Departamento de Economia Rural).
Já no Mato Grosso, o plantio da segunda safra atingiu 2,13% dos 5,69 milhões de hectares estimados, um atraso de 19,86 pontos percentuais com relação a safra 2019/20 que já estava semeada em 21,98% do total nesta época do ano.
B3
Os preços futuros do milho começaram o dia em alta, mas perderam força na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações negativas entre 0,80% e 2,21% ao final da terça-feira.
O vencimento março/21 foi cotado à R$ 86,96 com perda de 1,53%, o maio/21 valeu R$ 84,50 com baixa de 0,80%, o julho/21 foi negociado por R$ 77,55 com queda de 1,59% e o setembro/21 teve valor de R$ 74,90 com desvalorização de 2,21%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado brasileiro segue a linha do dólar e viu os portos, que ontem pagavam R$ 82,00 a saca, negociando ao redor dos R$ 81,00 ou R$ 80,00.
“Recuando nos portos recua no interno também. Mesmo tendo aperto de pouco e milho e com a colheita ainda muito lenta no Sul, o mercado não tem como fugir. Já está no limite para o mercado de ração e a B3 acaba refletindo as exportações”, comenta o analista.
Brandalizze complementa que as cotações do milho no Brasil já foram melhores na semana passada, mas seguem favoráveis e devem conseguir retomar as altas e se recuperar ainda nesta semana.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho também recuaram na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta terça-feira. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 5,50 e 6,25 pontos ao final do dia.
O vencimento março/21 foi cotado à US$ 5,43 com desvalorização de 6,25 pontos, o maio/21 valeu US$ 5,42 com perda de 6,25 pontos, o julho/21 foi negociado por US$ 5,31 com baixa de 5,50 pontos e o setembro/21 teve valor de US$ 4,71 com estabilidade.
Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última segunda-feira, de 1,09% para o março/21, de 1,09% para o maio/21 e de 0,93% para o julho/21, além de estabilidade para o setembro/21.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho nos Estados Unidos diminuíram na terça-feira após seis sessões de ganhos, enquanto o mercado observava se um aumento na demanda chinesa continuaria a corroer a oferta dos EUA.
A publicação destaca que, depois que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou na semana passada vendas massivas de milho dos EUA para a China, os traders estão olhando para o relatório mensal de oferta e demanda da agência para ver o impacto das recentes exportações nos estoques de milho dos EUA.
“Você teve esse ritmo de vendas massivo que ocorreu nos últimos oito dias. Será um número histórico chegando”, disse Mark Schultz, analista-chefe da Northstar Commodity.
Enquanto isso, os comerciantes avaliavam o impacto de amortecimento de um dólar americano mais forte nas exportações. “A recuperação do dólar norte-americano causará tanto racionamento quanto se você visse os valores das commodities se recuperando”, disse Karl Setzer, analista de risco de commodities da Agrivisor.